O
modo de produção capitalista não tem preocupação com a grande
maioria da população menos favorecida de suas benesses. A
exploração capital imposta socialmente tem historicamente deixado
de lado aqueles que não atingem o consumo exigido para o
enriquecimento acelerado dos mandatários.
O
Estado capitalista também não se divorciou da exploração capital
e aplica cotidianamente maciços investimentos para o desenvolvimento
daquilo que se pode capitar bens.
O
Estado jurídico institucionalizado expulsa constantemente os
moradores mais humildes para a desprovida periferia, sem as mínimas
estruturas básicas necessárias para uma moradia digna. Agindo assim
está atendendo aos apelos das empreiteiras e construtoras que
investem em ricas e belas moradias.
Desta
forma, aglomeram-se perifericamente pessoas das mais diversas
identidades culturais, sem os laços e raízes de moradias, agora sem
praças, sem escola de qualidade social, sem atendimento de saúde
pública, sem espaços para o lazer etc & tal, vivem nas mais
humilhantes formas de sociabilidade humana e ainda se cobra deste
povo violentado, condições de civilidade.
Não
advogo aqui a violência urbana e muito menos as arbitrariedades,
todavia, quando se sufoca demais uma demanda reprimida é preciso
consciência de que algo possa explodir e de certa forma emergir
coisas novas, umas boas outras nem tanto. Cuidar das cidades não se
restringe às áreas nobres dos bens nascidos. É preciso um olhar
global, holístico e humano para as necessidades urgentes de todos.
Enquanto
a juventude periférica estiver sem espaços públicos para o lazer,
vão se encontrar nas praças consumistas, efetuar seu poder de
mobilização e gritar para que os senhores gestores e sociedade
entendam que a periferia existe além dos momentos eleitorais.
A
livre manifestação foi consagrada na Constituição, portanto os
“rolezinhos” nos Shoppings das cidades, são legítimos, porém
seu alvoroço, causa na sociedade, um grande sentimento de
insegurança e medo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário