terça-feira, 25 de outubro de 2011

Minha Fala na Colação UAB_IFCE

A Emoção no Falar
Inicio minha fala citando Aristóteles, filósofo grego: “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”; para relembrar os primeiros dias da árdua e gloriosa caminhada desta turma Vitoriosa. Tudo era muito novo e os afastava dimensionalmente da educação tradicional, onde se tinha um professor conduzindo o processo de aprendizagem. Ante as inovações tecnológicas e da disseminação rápida de informações, agora são alunos virtuais e, diante deste processo de virtualidade iniciam-se novas fórmulas e formas de apreender e socializar o que se aprende.

Na Grécia Antiga, no período pré-socrático, tinha-se o conhecimento através do espanto. Tal espanto pareceu-me ter acompanhado vocês. Computador, Internet, intranet em fim a robótica fazendo parte de suas vidas, sem falar dos conteúdos instantâneos e momentâneos que surgiam a cada instante e, dentre estes me recordo o espanto de alguns alunos ainda na FECET (quando ainda éramos muitos) ao se deparar com o termo Andragogia e ainda ter de relacioná-lo à pedagogia do Grande Mestre Paulo Freire na disciplina de Educação à Distância. Construir o aprendizado a partir da realidade conhecida e contextualizada tornou-se um imenso desafio para cada estudante desta turma que cotidianamente crescia e cresce no desejo do aprender. E para isto foram motivados pela parafernália do aprendizado coletivo, onde cada estudante tem que fazer sua parte no sentido do todo, pois não há construção social na individualidade. Para tal realidade foi preciso construir seu próprio barco com o objetivo de finalizar a jornada e poder encontrar todos os amigos nesta confraternização e hoje celebrar esta vitoriosa caminhada. O inesquecível mestre Paulo Freire nos ensina que a alegria não chega apenas no encontro do achado, todavia faz parte do processo da busca. Portanto tudo se dá dentro da procura, dentro da beleza e alegria do fazer. Freire nos diz, revolucionariamente, que ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, mas homens e mulheres se educam entre si, em comunhão. E este educar é mediado pelo mundo, que nos impulsiona energeticamente para o sucesso e para uma visão global das relações sociais. Todavia pode alienar no maior isolamento individualista que em nada contribui para a nova sociedade, onde a fraternidade, a esperança, a liberdade e o amor sejam as premissas das emergentes relações sociais. Precisamos ter a consciência coletiva e a solidariedade aflorada nas ações cotidianas, pois isoladamente somos apenas mais um. É preciso deixar crescer em cada ação, a humildade pois um dos maiores intelectuais do mundo antigo já dizia - “eu só sei que nada sei”. Com esta afirmativa, o filósofo Sócrates iniciava inteligentemente seus diálogos para obter respostas claras e objetivas, demonstrando assim que somente Deus é capaz de saber tudo. E como não somos deuses, tanto aprendemos,como ignoramos na lide diária com nossas relações interpessoais e sociais. E que este aprender nos faça crescer não apenas como profissionais, mas necessariamente nos aspectos humanitários, assim podemos constatar o que é crescer e, que crescer é viver...


Será necessário que cada estudante que hoje se diploma seja capaz não apenas de interpretar a realidade posta, seja no trabalho ou na sociedade, mas que tenha espírito e desejo de transformá-la, sendo responsável por suas ações e, por seu semelhante, que lute por uma sociedade mais justa e com menos preconceitos, onde possamos ser felizes.  

Para finalizar, cito Nélson Mandela, que disse: a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo, e é também a mais bela...





Discurso proferido na colação de grau da Primeira turma de Tecnologia em Hotelaria UAB/IFCE, na qual fui paraninfo