O
passar do tempo, no avançar da idade, é limitar as lides numa
complexa e dolorosa acomodação? Lembro-me da minha utópica
adolescência por demais irreverente trilhando as asas da liberdade
nos mais belos sonhos, no questionar das coisas prontas. O despertar
juvenil apareceu em mim tal qual os raios solares se apresentam
cotidianamente no horizonte. E a busca pelo conhecer torna-se
absoluta e incontestável na febril ingenuidade.
O
caminhar adolescente é revolucionariamente inconteste no florescer
bravio das utopias, exposto as intempéries temporais e na firmeza
das incertezas, desafiando o tempo das esperanças nas permanentes
tempestades. O dizer não tá na ordem do dia, contrariar padrões
socioculturais é que é legal. Subir nas árvores das descobertas
representa o clímax masturbatório das longas permanências no
banheiro, compartilhando o prazer no explorar da fértil imaginação.
Negar
as afirmações permanentes dos pais é revelar-se nas ideologias
libertárias? Ideias novas, meio que antigas, mas se revelando
contraditoriamente na construção efetiva dos sonhos de uma nova
realidade, parece-me bastante revolucionário. As lutas estudantis
secundárias, mais tarde o universo ao seus pés na Universidade, os
trotes estudantis e a militância política querendo transformar a
caquética realidade.
O
tempo passa e nos tornamos conservadores das ilusões no campo da
rebeldia. Já nos permitimos com migalhas do poder oficial. Fazemos
parte da maturidade nas esperanças de que o amanhã, será amanhã.
Apenas curtimos “A Maçã” do eterno Rual Seixas na efetiva e
teórica razão do ter. E como bem disse o grande sumido poeta da
humanidade, Belchior: “Apesar de termos feito tudo o que fizemos,
ainda somos os mesmos e vivemos como nosso pais.”
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