sábado, 25 de maio de 2013

Rebeldia Juvenil


       O passar do tempo, no avançar da idade, é limitar as lides numa complexa e dolorosa acomodação? Lembro-me da minha utópica adolescência por demais irreverente trilhando as asas da liberdade nos mais belos sonhos, no questionar das coisas prontas. O despertar juvenil apareceu em mim tal qual os raios solares se apresentam cotidianamente no horizonte. E a busca pelo conhecer torna-se absoluta e incontestável na febril ingenuidade.

         O caminhar adolescente é revolucionariamente inconteste no florescer bravio das utopias, exposto as intempéries temporais e na firmeza das incertezas, desafiando o tempo das esperanças nas permanentes tempestades. O dizer não tá na ordem do dia, contrariar padrões socioculturais é que é legal. Subir nas árvores das descobertas representa o clímax masturbatório das longas permanências no banheiro, compartilhando o prazer no explorar da fértil imaginação.

         Negar as afirmações permanentes dos pais é revelar-se nas ideologias libertárias? Ideias novas, meio que antigas, mas se revelando contraditoriamente na construção efetiva dos sonhos de uma nova realidade, parece-me bastante revolucionário. As lutas estudantis secundárias, mais tarde o universo ao seus pés na Universidade, os trotes estudantis e a militância política querendo transformar a caquética realidade.

         O tempo passa e nos tornamos conservadores das ilusões no campo da rebeldia. Já nos permitimos com migalhas do poder oficial. Fazemos parte da maturidade nas esperanças de que o amanhã, será amanhã. Apenas curtimos “A Maçã” do eterno Rual Seixas na efetiva e teórica razão do ter. E como bem disse o grande sumido poeta da humanidade, Belchior: “Apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nosso pais.”

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