Ando
meio que cabisbaixo com a realidade cultural brasileira. Não estou
negando a força cultural daqueles que lutam cotidianamente pela
manutenção e seu fortalecimento, mas peço-lhe um pouco de atenção
para as negações das negações que em nada representa a educação.
Muitos fazem de tudo para aparecer na TV. Ser sucesso ou ter seus 15
segundos de fama, tanto faz. O que realmente importa é a
visibilidade. Todos somos capazes de fomentar algo para desenvolver o
potencial individual e, isso caracteriza relativamente as bases do
capital.
A
anticultura patrocinada pela força do capital tem alterado a índole
social que até então era por demais conservadora. Agora,
significativa parcela da população acredita que os reais valores
comportamentais foram exterminados pelo modismo da sensualidade.
Muito frequente ver e ouvir o senso comum “desfalecer” de dor
cultural, mas cair na galera fazendo “quadradinho de oito” como
coisa natural. Parece-me que o bom senso adormeceu na madrugada e
fragilizado, permanece embriagado.
Longe
de mim querer ser representante da “Opus Dei”, mas é bastante
difícil compreender que “muito já foi feito”. E não
compreendido, me questiono se vale o que virá. A desesperança
social tomou conta da cidade através da incapacidade gerencial de
prover o mínimo necessário a manutenção do propalado bem estar
social. Tal desespero instintivo e efervescente despe-se
momentaneamente da razão educacional e fortalece os desejos arcaicos
de dominação, presa fácil da perpetuação hierárquica.
Embriagado
pela mídia burguesa que sempre leva vantagens, segue a massa
desprovida da “consciência”, sem cobrar dos gerentes de plantão
suas responsabilidades sociais e adere instintivamente à onda
oportunista que não educa para a vida. Contudo, segue o sonho de que
um dia teremos sim um estado forte que cuide de seu povo, dando
condições dignas de vida, respeitando as pessoas e promovendo às
crianças uma educação integral e de qualidade para que o futuro
seja brilhante, sem excesso de violência e pessoas capazes de
escolher de fato seus reais representantes.
É
difícil aceitar a amnésia adormecida da consciência “opositória',
o chamado emotivo para o povo acordar. Sabiamente disse o poeta:
“Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me
dano”, meio que “atordoado eu permaneceu atento” e apostando
num despertar consciente sem a hipocrisia vigente, com a
solidariedade humana e internacionalizada, independente de etnia,
credo e transcendência...
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