sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Força da Anticultura


       Ando meio que cabisbaixo com a realidade cultural brasileira. Não estou negando a força cultural daqueles que lutam cotidianamente pela manutenção e seu fortalecimento, mas peço-lhe um pouco de atenção para as negações das negações que em nada representa a educação. Muitos fazem de tudo para aparecer na TV. Ser sucesso ou ter seus 15 segundos de fama, tanto faz. O que realmente importa é a visibilidade. Todos somos capazes de fomentar algo para desenvolver o potencial individual e, isso caracteriza relativamente as bases do capital.
      A anticultura patrocinada pela força do capital tem alterado a índole social que até então era por demais conservadora. Agora, significativa parcela da população acredita que os reais valores comportamentais foram exterminados pelo modismo da sensualidade. Muito frequente ver e ouvir o senso comum “desfalecer” de dor cultural, mas cair na galera fazendo “quadradinho de oito” como coisa natural. Parece-me que o bom senso adormeceu na madrugada e fragilizado, permanece embriagado.
        Longe de mim querer ser representante da “Opus Dei”, mas é bastante difícil compreender que “muito já foi feito”. E não compreendido, me questiono se vale o que virá. A desesperança social tomou conta da cidade através da incapacidade gerencial de prover o mínimo necessário a manutenção do propalado bem estar social. Tal desespero instintivo e efervescente despe-se momentaneamente da razão educacional e fortalece os desejos arcaicos de dominação, presa fácil da perpetuação hierárquica.
        Embriagado pela mídia burguesa que sempre leva vantagens, segue a massa desprovida da “consciência”, sem cobrar dos gerentes de plantão suas responsabilidades sociais e adere instintivamente à onda oportunista que não educa para a vida. Contudo, segue o sonho de que um dia teremos sim um estado forte que cuide de seu povo, dando condições dignas de vida, respeitando as pessoas e promovendo às crianças uma educação integral e de qualidade para que o futuro seja brilhante, sem excesso de violência e pessoas capazes de escolher de fato seus reais representantes.
        É difícil aceitar a amnésia adormecida da consciência “opositória', o chamado emotivo para o povo acordar. Sabiamente disse o poeta: “Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano”, meio que “atordoado eu permaneceu atento” e apostando num despertar consciente sem a hipocrisia vigente, com a solidariedade humana e internacionalizada, independente de etnia, credo e transcendência...

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