segunda-feira, 27 de maio de 2013

Interpretando o Artigo de Flávio Morgenstem: “Marilena Chaui e o grito primordial: “Eu ODEIO a classe média!”


       O artigo do Flávio Morgenstem publicado no blog 'Implicante' é por demais fundamentado, representa os atuais padrões acadêmico com suas citações. Entretanto, o senhor Flávio Morgenstem acadêmico de letras na USP se auto intitula “quem não aprendeu dizer 'amém' aos conceituados professores da cátedra”. Ao meu ver já representa uma certa imaturidade ou rebeldia sem causa. Filho de classe média que não produz a riqueza e age com certo preconceito com aqueles seres declarados ideológicos na defesa dos menos favorecidos socialmente, se não vejamos, a carga de suas palavras: “A professora de filosofia petista da USP Marilena Chaui, que possui alguma competência na exegese de filósofos há muito observadores do sol de outros mundos, é conhecida por sua visão marxista de conceitos, palavras e categorias. É uma manipuladora competente de termos com grande carga psicológica para sua platéia.”

         É bom lembrar o título de seu artigo intitulado, Marilena Chaui e o grito primordial: “Eu ODEIO a classe média!”. Por ser natural da classe média e, diga-se de passagem, muitos que a compõem são improdutivos e gastam seu dinheiro em férias no exterior, portanto deixando de contribuir com o desenvolvimento das empresas e dos trabalhadores que geram riquezas para o país. Parece que ele esquece que ainda no comunismo primitivo, onde o homem era apenas caçador e coletor iniciou a divisão social da história e que o termo classe social advém da revolução industrial capitalista ainda nos idos anos de 1780 com a Primeira Revolução Industrial. Todavia é bem verdade que Marx ao analisar a exploração do homem pelo o homem na sociedade do vil metal, dá uma nova conotação ao termo.

        Não gosto da dicotomia terminológica de esquerda e direita. Todavia vamos verificar o artigo do Flávio Morgenstem quando ele cita “Sobra, então, apenas a tal “consciência de classe” (cada vez mais importante para marxistas), que vira aqui, na verdade, inconsciência – incapacidade completa de perceber a realidade a que seus termos juram que fazem alusão. Perdidos no reino abstrato de palavras que apenas sentimentalmente parecem ter alguma semântica científica, como “classe trabalhadora”. Flávio Morgenstem se mostra reacionário e mantenedor do Status quo, uma vez que não visualiza a classe trabalhadora como força motriz da história, talvez pelo termo ter sido criado por Karl Marx, que em sua teoria fazia defesa efetiva a classe trabalhadora, considerando-a de revolucionária, portanto transformadora, coisa que neste artigo sua “raiva” ideológica não o deixa perceber. Ele ainda cita, “Não é por outra razão que o filósofo marxista argentino Ernesto Laclau, à guisa de exemplo, inverte o tal motor da história, e diz que é o próprio discurso de classe que gera a classe social, sob status quo como afirma que a”democracia” é um “significante vazio”, ao qual o partido revolucionário pode atribuir o sentido que bem lhe convenha. O que, afinal, é exatamente o que acontece.” A sociedade capitalista que se diz democrática ainda não assimilou a essência do termo democracia, talvez por não lhe interessar e promove uma 'capenga' sociedade cidadã com democracia representativa, onde o povo que delega nada pode.

        E Flávio Morgenstem continua, “O objetivo da esquerda é encerrar o debate político, depreciando seus adversários como algozes.” Já falei anteriormente que não gosto da denominação dicotômica de 'esquerda e direita', mas os poderosos que antecederam o ex-presidente Lula (PT) e a presidenta Dilma Rousseff, não costumavam abrir diálogos com a população que a tudo assistia calada, sem voz, sem reconhecimento, e também estava dividida por grupos todos aqueles que ainda não tinham sido conquistados (abduzidos) pela força midiática do poder. O mesmo poder midiático aguerrido que o senhor Flávio diz ser contra sumidades como Lula e alguns outros do PT, se utiliza de uma 'linguagem educada', 'polida' ao fazer críticas, nada mais natural para a tal “mídia hegemônica burguesa” que sempre sobreviveu das benesses dos governantes de plantão, se utilize de argumentos civilizados e palatáveis em respeito ao povo que lhe dá ibope. Acredito que os direitos sejam iguais numa sociedade dita democrática.

       Em sociedade não existe vácuo social e portanto, todos os seres humanos são dotados de uma ideologia, seja ela dominante ou representada pela força libertária em defesa dos oprimidos, das minorias. É provável que alguns ainda estejam no senso comum, mas descobrindo o caminho do bom senso. E quando se busca conhecer as teorias, certamente existirá as abstrações.

      Caro Flávio Morgenstem, me permita tratá-lo assim, em seu artigo intitulado “Marilena Chaui e o grito primordial: “Eu ODEIO a classe média!”, o senhor faz o uso de termos que segundo o professor Filósofo Luiz Felipe Pondé, são 'modernos' marxistas, portanto reacionários. As classes sociais são criações da hierarquia capitalista e existem desde a mais tenra idade moderna. Portanto quando o senhor diz “ao tratar pessoas como “classes” é mais fácil odiá-las”, nada mais é que uma retórica. Pois a sociedade capitalista que se apropria da força produtiva do trabalhador, patrocina a hierarquia social e dissemina o individualismo, e tal categoria “individualista”, facilita a violência urbana e poderá chegar ao ódio.

         A jovem democracia brasileira se fortalece ao garantir as manifestações sociais das 'minorias' em suas caminhadas e passeatas. Entretanto muitos ainda não compreenderam que a nova realidade, onde a tecnologia se faz presente rompendo as fronteiras, determinando novos conceitos de vida social e uma parcela significativa da sociedade ainda não se ambientou da realidade tecnotrônica de diferentes padrões da convivência humana. Não acredito aqui senhor Flávio Morgenstem, que exista nos “movimentos gay” pessoas interessadas em escolher “o melhor Jesus gay do ano” como o senhor cita textualmente. Tenho consciência de que o senhor também é sabedor de que grande parte da “comunidade gay” é conservadora e professa uma religião, portanto esqueça essa de falar que tais pessoas sejam intolerantes. Também não posso negar que a intolerância faz parte dos conceitos das desigualdades humanas. O senhor ainda fala de como as religiões são tratadas nos jornais. Creio que tem consciência de que o Brasil é um país Laico e a laicidade não é a ausência de religião(ões), mas o direito de todos (as) Cidadãos(ãs) proferirem a que melhor lhe convém e, até mesmo o direito de não escolher nenhuma delas.

    Volto a citá-lo “Felizmente, ninguém que escapou da gaiola epistemológica da esquerda sai por ai a proferir:”Eu odeio pobres! Pobres são atraso de vida, são a estupidez, a ignorância!”. Ainda bem que o senhor Flávio Morgenstem pensa assim, pois o ódio nada mais é que um sentimento menor e doentio. Eu particularmente prefiro a “Amor”, este sim, é um sentimento sublime e quero aqui citar um grande ilustre mestre da filosofia medieval, Santo Agostinho, “Ame e faça o que quiser.”


http://www.implicante.org/artigos/marilena-chaui-e-o-grito-primordial-eu-odeio-a-classe-media/

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