terça-feira, 7 de maio de 2013

Alianças X Ideologia


       É melancólica a situação vigente quando se trata de representatividade, tanto em nível de estado como de nação. O egoísmo predominante faz desaparecer toda e qualquer migalha de ideologia coletiva, em nome de “projetos” pessoais, sem vinculações sociais. Esse é um fato real do passado que permanece nos dias atuais, talvez por conta da fragilidade ou ganância do poder pelo poder. E ainda se negam alterar a política vigente, promovendo um grande desânimo naqueles que apostaram num ideal transformado em falácias fantasmagóricas, estereotipadas e agora vivenciam os acordos direitistas e distanciados das necessidades imediatas dos povos.

        Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder central do Brasil, os sonhos pareceram mais próximos do real, numa união de apoiamento do povo ao seu governante maior, Luiz Inácio Lula da Silva, isso a priore, porque na realidade vivenciamos mesmo foi a valorização da união de significativa parcela das elites com o governo e sindicatos. A esperança que antes vencera o medo, tem promovido um assistencialismo permanente à massa como nas velhas práticas de dominação, sem no entanto promover a libertação de seu povo. Não sou contrário a política assistencialista das bolsas, cotas, etc. & tal, uma vez que a dívida social para com os pobres é bem maior, todavia, minha vó já dizia que: “não se deve dar o peixe e, sim, ensinar a pescar”.

        Parece-me que as lutas por liberdade e a construção da sociedade de novo tipo, está sempre adiada. Permanecer com o poder tem fragilizado as ideologias libertarias em nome da governabilidade central. O poder como instrumento de libertação de um povo é por demais necessário, mas não se pode negar questões imediatas com soluções paliativas e o fortalecimento do inimigo. Socialmente sem representação estão os direitos que deveriam sem humanos. A negligência dos grandes Partidos como PT, PMDB, PDT e PSDB deixaram de lado uma das mais importantes comissões de uma sociedade democrática. O chamamento do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD) para uma fatia governamental, é ao meu ver, uma mostra cabal da fragilidade aliancista.

        A busca incessante pelo poder afasta de si aliados históricos e permite aproximação de pessoas “fisiológicas”, “oportunistas”. Nas últimas eleições em Fortaleza o poder central fez “corpo mole”, uma vez que se tratava de aliados e o velho PT. O processo foi muito tenso e propostas partidárias negadas, saindo assim fortalecido o governador do estado, Cid Ferreira Gomes (PSB) que estrategicamente, de imediato, se declara favorável a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff (PT), tornando as lideranças petistas locais reféns e “descanteando” o PT de quaisquer pretensões sem seu aval. Cala-se o que poderíamos chamar ideologia e brada fortemente aos quatro cantos o desejo esmagador do senhor governador.

        Faz-se necessário e urgente uma reflexão sobre determinadas alianças partidárias, priorizando as “ideologias” libertárias e uma representatividade capaz de responder coletivamente o social.

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