É
melancólica a situação vigente quando se trata de
representatividade, tanto em nível de estado como de nação. O
egoísmo predominante faz desaparecer toda e qualquer migalha de
ideologia coletiva, em nome de “projetos” pessoais, sem
vinculações sociais. Esse é um fato real do passado que permanece
nos dias atuais, talvez por conta da fragilidade ou ganância do
poder pelo poder. E ainda se negam alterar a política vigente,
promovendo um grande desânimo naqueles que apostaram num ideal
transformado em falácias fantasmagóricas, estereotipadas e agora
vivenciam os acordos direitistas e distanciados das necessidades
imediatas dos povos.
Com
a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder central do
Brasil, os sonhos pareceram mais próximos do real, numa união de
apoiamento do povo ao seu governante maior, Luiz Inácio Lula da
Silva, isso a priore, porque na realidade vivenciamos mesmo foi a
valorização da união de significativa parcela das elites com o
governo e sindicatos. A esperança que antes vencera o medo, tem
promovido um assistencialismo permanente à massa como nas velhas
práticas de dominação, sem no entanto promover a libertação de
seu povo. Não sou contrário a política assistencialista das
bolsas, cotas, etc. & tal, uma vez que a dívida social para com
os pobres é bem maior, todavia, minha vó já dizia que: “não se
deve dar o peixe e, sim, ensinar a pescar”.
Parece-me
que as lutas por liberdade e a construção da sociedade de novo
tipo, está sempre adiada. Permanecer com o poder tem fragilizado as
ideologias libertarias em nome da governabilidade central. O poder
como instrumento de libertação de um povo é por demais necessário,
mas não se pode negar questões imediatas com soluções paliativas
e o fortalecimento do inimigo. Socialmente sem representação estão
os direitos que deveriam sem humanos. A negligência dos grandes
Partidos como PT, PMDB, PDT e PSDB deixaram de lado uma das mais
importantes comissões de uma sociedade democrática. O chamamento do
vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD) para uma
fatia governamental, é ao meu ver, uma mostra cabal da fragilidade
aliancista.
A
busca incessante pelo poder afasta de si aliados históricos e
permite aproximação de pessoas “fisiológicas”, “oportunistas”.
Nas últimas eleições em Fortaleza o poder central fez “corpo
mole”, uma vez que se tratava de aliados e o velho PT. O processo
foi muito tenso e propostas partidárias negadas, saindo assim
fortalecido o governador do estado, Cid Ferreira Gomes (PSB) que
estrategicamente, de imediato, se declara favorável a reeleição da
Presidenta Dilma Rousseff (PT), tornando as lideranças petistas
locais reféns e “descanteando” o PT de quaisquer pretensões
sem seu aval. Cala-se o que poderíamos chamar ideologia e brada
fortemente aos quatro cantos o desejo esmagador do senhor governador.
Faz-se
necessário e urgente uma reflexão sobre determinadas alianças
partidárias, priorizando as “ideologias” libertárias e uma
representatividade capaz de responder coletivamente o social.
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