O
artigo do Flávio Morgenstem publicado no blog 'Implicante' é por
demais fundamentado, representa os atuais padrões acadêmico com
suas citações. Entretanto, o senhor Flávio Morgenstem acadêmico
de letras na USP se auto intitula “quem não aprendeu dizer 'amém'
aos conceituados professores da cátedra”. Ao meu ver já
representa uma certa imaturidade ou rebeldia sem causa. Filho de
classe média que não produz a riqueza e age com certo preconceito
com aqueles seres declarados ideológicos na defesa dos menos
favorecidos socialmente, se não vejamos, a carga de suas palavras:
“A professora de filosofia petista da USP Marilena Chaui, que
possui alguma competência na exegese de filósofos há muito
observadores do sol de outros mundos, é conhecida por sua visão
marxista de conceitos, palavras e categorias. É uma manipuladora
competente de termos com grande carga psicológica para sua platéia.”
É
bom lembrar o título de seu artigo intitulado, Marilena Chaui e o
grito primordial: “Eu ODEIO a classe média!”. Por ser natural
da classe média e, diga-se de passagem, muitos que a compõem são
improdutivos e gastam seu dinheiro em férias no exterior, portanto
deixando de contribuir com o desenvolvimento das empresas e dos
trabalhadores que geram riquezas para o país. Parece que ele esquece
que ainda no comunismo primitivo, onde o homem era apenas caçador e
coletor iniciou a divisão social da história e que o termo classe
social advém da revolução industrial capitalista ainda nos idos
anos de 1780 com a Primeira Revolução Industrial. Todavia é bem
verdade que Marx ao analisar a exploração do homem pelo o homem na
sociedade do vil metal, dá uma nova conotação ao termo.
Não
gosto da dicotomia terminológica de esquerda e direita. Todavia
vamos verificar o artigo do Flávio Morgenstem quando ele cita
“Sobra, então, apenas a tal “consciência de classe” (cada vez
mais importante para marxistas), que vira aqui, na verdade,
inconsciência – incapacidade completa de perceber a realidade a
que seus termos juram que fazem alusão. Perdidos no reino abstrato
de palavras que apenas sentimentalmente
parecem ter alguma semântica científica, como “classe
trabalhadora”. Flávio Morgenstem se mostra reacionário e
mantenedor do Status quo, uma vez que não visualiza a classe
trabalhadora como força motriz da história, talvez pelo termo ter
sido criado por Karl Marx, que em sua teoria fazia defesa efetiva a
classe trabalhadora, considerando-a de revolucionária, portanto
transformadora, coisa que neste artigo sua “raiva” ideológica
não o deixa perceber. Ele ainda cita, “Não é por outra razão
que o filósofo marxista argentino Ernesto Laclau, à guisa de
exemplo, inverte
o tal motor da história, e diz que é o próprio discurso de classe
que gera a classe social, sob status quo como afirma que
a”democracia” é um “significante vazio”, ao qual o partido
revolucionário pode atribuir o sentido que bem lhe convenha. O que,
afinal, é exatamente o que acontece.” A sociedade capitalista que
se diz democrática ainda não assimilou a essência do termo
democracia, talvez por não lhe interessar e promove uma 'capenga'
sociedade cidadã com democracia representativa, onde o povo que
delega nada pode.
E
Flávio Morgenstem continua, “O objetivo da esquerda é encerrar o
debate político, depreciando seus adversários como algozes.” Já
falei anteriormente que não gosto da denominação dicotômica de
'esquerda e direita', mas os poderosos que antecederam o
ex-presidente Lula (PT) e a presidenta Dilma Rousseff, não
costumavam abrir diálogos com a população que a tudo assistia
calada, sem voz, sem reconhecimento, e também estava dividida por
grupos todos aqueles que ainda não tinham sido conquistados
(abduzidos) pela força midiática do poder. O mesmo poder midiático
aguerrido que o senhor Flávio diz ser contra sumidades como Lula e
alguns outros do PT, se utiliza de uma 'linguagem educada', 'polida'
ao fazer críticas, nada mais natural para a tal “mídia hegemônica
burguesa” que sempre sobreviveu das benesses dos governantes de
plantão, se utilize de argumentos civilizados e palatáveis em
respeito ao povo que lhe dá ibope. Acredito que os direitos sejam
iguais numa sociedade dita democrática.
Em
sociedade não existe vácuo social e portanto, todos os seres
humanos são dotados de uma ideologia, seja ela dominante ou
representada pela força libertária em defesa dos oprimidos, das
minorias. É provável que alguns ainda estejam no senso comum, mas
descobrindo o caminho do bom senso. E quando se busca conhecer as
teorias, certamente existirá as abstrações.
Caro
Flávio Morgenstem, me permita tratá-lo assim, em seu artigo
intitulado “Marilena Chaui e o grito primordial: “Eu ODEIO a
classe média!”, o senhor faz o uso de termos que segundo o
professor Filósofo Luiz Felipe Pondé, são 'modernos' marxistas,
portanto reacionários. As classes sociais são criações da
hierarquia capitalista e existem desde a mais tenra idade moderna.
Portanto quando o senhor diz “ao tratar pessoas como “classes”
é mais fácil odiá-las”, nada mais é que uma retórica. Pois a
sociedade capitalista que se apropria da força produtiva do
trabalhador, patrocina a hierarquia social e dissemina o
individualismo, e tal categoria “individualista”, facilita a
violência urbana e poderá chegar ao ódio.
A
jovem democracia brasileira se fortalece ao garantir as manifestações
sociais das 'minorias' em suas caminhadas e passeatas. Entretanto
muitos ainda não compreenderam que a nova realidade, onde a
tecnologia se faz presente rompendo as fronteiras, determinando novos
conceitos de vida social e uma parcela significativa da sociedade
ainda não se ambientou da realidade tecnotrônica de diferentes
padrões da convivência humana. Não acredito aqui senhor Flávio
Morgenstem, que exista nos “movimentos gay” pessoas interessadas
em escolher “o melhor Jesus gay do ano” como o senhor cita
textualmente. Tenho consciência de que o senhor também é sabedor
de que grande parte da “comunidade gay” é conservadora e
professa uma religião, portanto esqueça essa de falar que tais
pessoas sejam intolerantes. Também não posso negar que a
intolerância faz parte dos conceitos das desigualdades humanas. O
senhor ainda fala de como as religiões são tratadas nos jornais.
Creio que tem consciência de que o Brasil é um país Laico e a
laicidade
não é a ausência de religião(ões), mas o direito de todos (as)
Cidadãos(ãs) proferirem a que melhor lhe convém e, até mesmo o
direito de não escolher nenhuma delas.
Volto
a citá-lo “Felizmente, ninguém que escapou da gaiola
epistemológica da esquerda sai por ai a proferir:”Eu odeio pobres!
Pobres são atraso de vida, são a estupidez, a ignorância!”.
Ainda bem que o senhor Flávio Morgenstem pensa assim, pois o ódio
nada mais é que um sentimento menor e doentio. Eu particularmente
prefiro a “Amor”, este sim, é um sentimento sublime e quero aqui
citar um grande ilustre mestre da filosofia medieval, Santo
Agostinho, “Ame e faça o que quiser.”
http://www.implicante.org/artigos/marilena-chaui-e-o-grito-primordial-eu-odeio-a-classe-media/