“O
meu amor tem um jeito manso que é só seu, mas que um certo dia
chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar, e amou daquela
vez como se fosse a última. Sim, foi que nem um temporal, foi um
vaso de cristal que partiu dentro de mim. E se foi dizendo: vou
voltar, sei que ainda vou voltar para o meu lugar e hei de ouvir
cantar uma sabiá.
Certamente
amanhã vai ser outro dia, mesmo sabendo que hoje você é quem
manda, falou tá falado, não tem discussão. E não entendo, como
beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta, mesmo
calada a boca, resta o peito, pois silêncio na cidade não se
escuta, e ainda tem dias que a gente se sente como quem partiu ou
morreu.
É
meu caro amigo, me perdoa por favor se não lhe faço uma visita, é
que essa moça tá diferente já não me conhece mais, ela está pra
lá de pra frente está me passando pra trás. Mas ela vai voltar!
Oh,
pedaço de mim oh, metade afastada de mim, leva o teu olhar que a
saudade é o pior tormento. Mas eu sei que tudo isso vai passar nessa
avenida um samba popular, pois aqui sambaram nossos ancestrais, então
vem ver de perto uma cidade a cantar, a evolução da liberdade até
o dia clarear.
Desde
sua volta, todo dia, ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis
horas da manhã me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de
hortelã, pois para ela, agora eu era o rei, era o bedel e era também
juiz e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz."
Crédito Foto: Internet
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