Tudo
começou com um grave deslize acontecido em 2005, na Câmara Federal,
quando o Partido dos Trabalhadores poderia ter elegido facilmente
para a Presidência da Casa um de seus Representastes. Saiu divido
entre os Deputados petistas Luiz Eduardo Greenhalgh e Virgílio
Guimarães, o mineiro, que lançou-se candidato avulso e ficou na
terceira posição e, não mais que de repente, o representante do
“baixo clero”, sim, ironicamente o deputado pernambucano do PP,
Severino Cavalcante que teve apenas 7 votos a mais que Virgílio
disputou e ganhou a eleição de segundo turno daquela casa
legislativa.
Dez
anos se passaram e o Partido dos Trabalhadores, já cambaleante
diante de algumas velhas raposas do cenário político nacional,
tenta em nome de uma tal governabilidade, mas perde o comando da
Câmara Maior com o Deputado paulista, Arlindo Chinaglia, para o
peemedebista e “possível aliado” Eduardo Cunha.
Mais
uma vez, depois de dez anos, um mineiro foi determinante para a
derrota petista, desta vez, o Deputado Júlio Delgado do PSB, ex
aliado do Governo Dilma Rousseff. Pareceu “birra” dos petistas em
não apoiarem o deputado PSBista e arcaram com uma fragorosa derrota,
além de fortalecer Eduardo Cunha, já não tão possível aliado, e
que por conta de alguns entraves do comando governista, torna-se uma
pedra no caminho do Governo Central, fragilizado e atingido direto
com a crise econômica mundial. Já não é preciso falar mais nada
sobre o que aconteceu desta “relação” não tão amistosa.
Implicado
com denúncias, réu declarado e afastado de suas funções da
presidência da Câmara Federal pelo STF, o Deputado Eduardo Cunha
(PMDB – RJ) renuncia ao seu mandato e tenta com múltiplas manobras
escapar de uma possível cassação pelos seus pares no plenário da
casa.
De
repente, outra eleição, desta vez para um mandato dito tampão
complementar do biênio 2015 – 2016 e mais uma vez a direita
fortalecida sai vencedora e coloca as ideologias distantes das
disputas políticas e republicanas em nome de um cego pragmatismo.
Outra
vez o velho e surrado ditado de que a esquerda só se une na cadeia
vem à tona. O PT com 55 Deputados não indicou nenhum nome e
declarava bravamente que não votaria em quem apoiou o “golpe” do
impedimento da afastada Presidente Dilma Rousseff, mas terminou por
fortalecer a candidatura “vitoriosa” do Deputado Rodrigo Maia
(DEM – RJ), antigo e ferrenho Inimigo político.
Vejo
isso como um grande erro das ditas “esquerdas”, que mais uma vez
saiu dividida e derrotada. A Deputada Luíza Erundina (PSOL – SP)
seria de cara a representante deste bloco de boa representação na
casa, que somaria uns 93 votos e com um pequeno esforço, estaria no
segundo turno, onde o Deputado do centrão, Rogério Rosso (PSD – DF) atingiu
apenas 106 votos e Rodrigo Maia liderou com 120 votos.