Quando
aqui cheguei início de 1982 tive o privilégio de conhecer o bairro
do Pirambu e muitas pessoas que lutaram e lutam para transformar
socialmente o vil metal, numa sociedade mais justa e igualitária.
Nunca fui de acomodações fáceis e sempre procurei ficar do lado
das minorias, construindo o contraditório, pois as teses quase
sempre necessitam da antítese para formatar a síntese. A princípio
“sem muita consciência social', via ali apenas os aspectos da
miséria sem compreender no entanto, seu lado revolucionário e, no
final do ano já estive presente no movimento eleitoral e votando em
Américo Barreira para governador. Foi assim que comecei minha
militância política em Fortaleza. As lutas estudantis secundaristas
de repente me empurraram para o PT e dele fiz por muito tempo minha
vida. Participei da maior “euforia” militante em 1985, quando o
povo de Fortaleza elegeu a primeira prefeita, a guerreira Maria Luiza
Fontenele e como já conhecia da casa paroquial “Nossa Senhora das
Graças”, me envolvi de cabeça na campanha do Bote Fé no seu Voto
com padre Haroldo Coelho que mais tarde acolheu a militância
grevista da categoria téxtil na paróquia São Judas Tadeu e nas
noites de terças e quintas feiras em seu fusquinha, sempre me dava
carona e ensinamentos de militância sociais do Itaperi ate a rua
Guilherme Rocha. Lembro-me bem de suas palavras e aqui direi uma de
tantas que ouvi: “Companheiro, depois da anistia no Brasil, todo
mundo é revolucionário, mas muitos são incapazes de pegar na
baioneta.” Antes da Rio +20 foi a penúltima vez que encontrei o
Guerreiro Socialista e Governador do Povo num final de tarde-noite na
praça do Ferreira, “ato” da Crítica Radical. Hoje fui prestar
minha homenagem solidária a quem muito contribuiu para minha
formação política, que momentaneamente encontra-se num estágio
latente de inércia.
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