Sempre
percebi o partido como instrumento coletivo de luta por uma sociedade
de novo tipo e, até aprendi muito nas lutas travadas, como
“simpatizante/militante”, durante as décadas de 1980 e 90, onde
participei ativamente da vitoriosa campanha de 1985, em que Fortaleza
cidade elegeu a eterna prefeita Maria Luiza Fontenele e o saudoso
professor Américo Barreira como seu vice. Outras tantas lutas e
campanhas eleitorais estiveram presentes na práxis cotidiana de um
poeta que prima nas relações coletivas a ética social. Assim,
continuei a militância como simpatizante e levei minha corrente
política para dentro do movimento estudantil da UECE e pude conviver
com pessoas ilustres que hoje representam a vontade do povo através
das urnas.
Aquele
desabrochar militante reforçou meu desejo de transformar as
carcomidas estruturas da sociedade capitalista. Quanta ingenuidade,
pois meu partido defendia a luta dos trabalhadores e a ética social
e, muitos de seus membros nunca defenderam a transformação social.
Mesmo assim, era prazeroso verbalizar a irreverência militância. De
repente o partido começa a crescer e perder sua característica
etimológica de partido, com discurso e imagem palatável
à mídia e, permitindo que pessoas sem identificação direta
com as lutas sociais, acessem a internet e tronem-se “militantes
combativos” na virtualidade para disputar vagas de representantes
do povo no tabuleiro eleitoral.
Ainda assim, o povo esteve presente e confiante na transformação da
velha política, que ainda não aconteceu e afasta cada vez mais as
pessoas que investiram confiança na mudança.
A
governabilidade tornou-se fantasmagórica na esperança de um povo.
Tais alianças modificou o que era esperança em desilusão. Com as
piores “companhias”, para usar a força de expressão, pessoas
defensoras das arbitrariedades, carreiristas e governistas
profissionais, que se aproveitaram e agora se apropriaram das
estratégias e táticas da militância que ousou sonhar, transformar
o mundo.
Massificado,
o partido vive hoje o distanciamento das lutas e, busca na “elite
global”, artistas conhecidos para desfilar como representeantes no
parlamento, sem ideologia, porém pop star?
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