sábado, 5 de janeiro de 2013

O Triste Fim das Ideologias e a Incansável Busca do Poder?


        Sempre percebi o partido como instrumento coletivo de luta por uma sociedade de novo tipo e, até aprendi muito nas lutas travadas, como “simpatizante/militante”, durante as décadas de 1980 e 90, onde participei ativamente da vitoriosa campanha de 1985, em que Fortaleza cidade elegeu a eterna prefeita Maria Luiza Fontenele e o saudoso professor Américo Barreira como seu vice. Outras tantas lutas e campanhas eleitorais estiveram presentes na práxis cotidiana de um poeta que prima nas relações coletivas a ética social. Assim, continuei a militância como simpatizante e levei minha corrente política para dentro do movimento estudantil da UECE e pude conviver com pessoas ilustres que hoje representam a vontade do povo através das urnas.
        Aquele desabrochar militante reforçou meu desejo de transformar as carcomidas estruturas da sociedade capitalista. Quanta ingenuidade, pois meu partido defendia a luta dos trabalhadores e a ética social e, muitos de seus membros nunca defenderam a transformação social. Mesmo assim, era prazeroso verbalizar a irreverência militância. De repente o partido começa a crescer e perder sua característica etimológica de partido, com discurso e imagem palatável à mídia e, permitindo que pessoas sem identificação direta com as lutas sociais, acessem a internet e tronem-se “militantes combativos” na virtualidade para disputar vagas de representantes do povo no tabuleiro eleitoral. Ainda assim, o povo esteve presente e confiante na transformação da velha política, que ainda não aconteceu e afasta cada vez mais as pessoas que investiram confiança na mudança.
        A governabilidade tornou-se fantasmagórica na esperança de um povo. Tais alianças modificou o que era esperança em desilusão. Com as piores “companhias”, para usar a força de expressão, pessoas defensoras das arbitrariedades, carreiristas e governistas profissionais, que se aproveitaram e agora se apropriaram das estratégias e táticas da militância que ousou sonhar, transformar o mundo.
        Massificado, o partido vive hoje o distanciamento das lutas e, busca na “elite global”, artistas conhecidos para desfilar como representeantes no parlamento, sem ideologia, porém pop star?

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