terça-feira, 5 de março de 2013

Parabéns às Guerreiras Triunfantes da Sensibilidade


      Desde a mais tenra idade percebemos a mulher como um ser dependente do homem, não por nos sentirmos machista, mas analisando historicamente seu papel na sociedade. Dizem as transcendências que a mulher surgiu da costela do homem e na Grécia Antiga, o Filósofo Aristóteles a retratava como um ser com inferior capacidade racional. Tal pensamento coloca a mulher numa escala de inferioridade quando se fala do pensar e ressalta apenas sua capacidade emocional, instintiva.
            Muito cômodo afirmar que por ter sido feita da costela do homem, a mulher deve submissão eterna, sem caracterizar a carga de trabalho doméstico por ela praticada dentro de uma acomodação capitalista que justifica tal situação hierárquica. Sua emotividade foi estrategicamente utilizada no sentido de transbordar as barreiras das desigualdades culturais e lhe permitiu num primeiro momento um pequeno e tímido espaço nas “decisões”. Todavia, a luta continua e, cada vez mais a mulher se debruça de coração e mente em busca de conquistar e determinar sem grandes competições de gênero, a igualdade de direitos e deveres, numa revolucionária conquista para a humanidade, onde o gênero caracteriza apenas o ser.
       A era das revoluções desestruturou as bases da acomodação masculina e joga a mulher no campo das atividades fabris ampliando ainda mais sua extensa labuta diária. Diante de tal realidade suas necessidades se multiplicaram racional e intelectualmente no desejo de ocupar espaços sócio-culturais desabrochando no seu ser a determinação do fazer-se presente no dia a dia das reivindicações humanas e transformar as relações, antes de submissão, em relações harmoniosas, amistosas e pautada no respeito mútuo e na fraternidade.
          Todavia, foi o primeiro passo das reivindicações emotivas e, muitas delas bravamente tiveram suas vidas sacrificadas para que muitas outras dessem continuidade através da sensibilidade a construção de uma sociedade menos desigual, mesmo que seja apenas no que se refere ao gênero, uma vez conscientes da realidade capital.
           Hoje assistimos de camarote as travessias e travessuras femininas no campo das lutas sociais pelo fim da violência contra a Mulher, por iguais condições no mercado de trabalho e na vida, ocupando assim parcelas significativas das decisões sociais, sem perder a ternura e a feminilidade. Por estas e tantas outras razões que devemos construir jardins para presentear cotidianamente as triunfantes guerreiras da sensibilidade, que por mais que as dores da vida lhe sacrifique, jamais perde a esperança no que há de vir. Viva Simone de Beauvoir, Rosa Luxemburgo, Jovita Feitosa, Bárbara de Alencar e todas as mulheres brasileiras.

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