Desde
a mais tenra idade percebemos a mulher como um ser dependente do
homem, não por nos sentirmos machista, mas analisando historicamente
seu papel na sociedade. Dizem as transcendências que a mulher surgiu
da costela do homem e na Grécia Antiga, o Filósofo Aristóteles a
retratava como um ser com inferior capacidade racional. Tal
pensamento coloca a mulher numa escala de inferioridade quando se
fala do pensar e ressalta apenas sua capacidade emocional,
instintiva.
Muito
cômodo afirmar que por ter sido feita da costela do homem, a mulher
deve submissão eterna, sem caracterizar a carga de trabalho
doméstico por ela praticada dentro de uma acomodação capitalista
que justifica tal situação hierárquica. Sua emotividade foi
estrategicamente utilizada no sentido de transbordar as barreiras das
desigualdades culturais e lhe permitiu num primeiro momento um
pequeno e tímido espaço nas “decisões”. Todavia, a luta
continua e, cada vez mais a mulher se debruça de coração e mente
em busca de conquistar e determinar sem grandes competições de
gênero, a igualdade de direitos e deveres, numa revolucionária
conquista para a humanidade, onde o gênero caracteriza apenas o ser.
A
era das revoluções desestruturou as bases da acomodação masculina
e joga a mulher no campo das atividades fabris ampliando ainda mais
sua extensa labuta diária. Diante de tal realidade suas necessidades
se multiplicaram racional e intelectualmente no desejo de ocupar
espaços sócio-culturais desabrochando no seu ser a determinação
do fazer-se presente no dia a dia das reivindicações humanas e
transformar as relações, antes de submissão, em relações
harmoniosas, amistosas e pautada no respeito mútuo e na
fraternidade.
Todavia,
foi o primeiro passo das reivindicações emotivas e, muitas delas
bravamente tiveram suas vidas sacrificadas para que muitas outras
dessem continuidade através da sensibilidade a construção de uma
sociedade menos desigual, mesmo que seja apenas no que se refere ao
gênero, uma vez conscientes da realidade capital.
Hoje
assistimos de camarote as travessias e travessuras femininas no campo
das lutas sociais pelo fim da violência contra a Mulher, por iguais
condições no mercado de trabalho e na vida, ocupando assim parcelas
significativas das decisões sociais, sem perder a ternura e a
feminilidade. Por estas e tantas outras razões que devemos construir
jardins para presentear cotidianamente as triunfantes guerreiras da
sensibilidade, que por mais que as dores da vida lhe sacrifique,
jamais perde a esperança no que há de vir. Viva Simone de Beauvoir,
Rosa Luxemburgo, Jovita Feitosa, Bárbara de Alencar e todas as
mulheres brasileiras.
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