segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Amar é Viver Tudo Isso...

De todas as experiências que tive, foi a afetividade que me deu respostas tanto imediatas quanto mediatas. Esse misto de vísceras e razão faz com que encontre na existência motivo para viver.
Na imediatidade, encontro a emoção que além de predominante determina o momento, dá as coordenadas, diz a trajetória a ser seguida. Essa emoção determinante já me conduziu à vários relacionamentos, dos quais guardo na memória as tantas experiências, troca de conhecimentos, os orgasmos que me fazem crescer como ser humano.
Não pretendo aqui me deter ao passado, uma vez, que o presente fala mais forte por sua sensibilidade, razão, tesão que me arrepia a pele quando nos beijamos. Com suas tantas boas “mas intenções” me conduz a um infinito e gostoso desejo de penetrar nos seus sonhos, corpo e mente.
Essa coisa sem juízo, porém lógica em seu aspecto sensitivo me leva à compreender essa estreita relação entre o prazer e instinto em Reich. Onde o instinto nada mais é que o “aspecto motor do prazer”, assim, sendo o indivíduo (eu) diante de uma antecipação mental de prazer, ocasionalmente serei levado a um estado no qual serei conduzido a uma plena satisfação, que de certo modo gerará em mim alguma tensão emocional, como também irei descarregar uma pequena quantidade de excitação sexual. A partir de então, as condições criadas pela satisfação íntima minha no momento do clímax, acarretará, consequentemente, uma descarga contínua de minhas tensões e me conduzirá a um pleno prazer.
As respostas imediatas que sinto e que me realizam encontrei em Reich a sua definição lógica e científica.
Quanto a mediatidade, não sei bem ao certo, pretendo viver intensamente essa emoção que hoje sinto conservando em sua totalidade todos seus aspectos prazerosos que codinominei de amor.
Dentro da subjetividade humana tudo o que se conquista ou mesmo tenta conquistar tem uma objetividade, portanto, nada se faz sem tesão.
Que seria da raça humana se não fosse o amor? Este amor tantas vezes ignorado pelos pseudos revolucionários que perderam a razão na ilusão de que transformariam o mundo. Essa interrogação é feita por Chico Buarque em “O que será que será”, onde ele delimita o amor e, o trata de uma maneira quase que promiscua (poligamia acompanhada de infidelidade ocasional), e afirma na poesia “O meu amor”.
O amor te permite a determinação, a busca da vitória e ignora a expectativa que muitas vezes torna-se frustrante devido a cobrança sem limitação e, transcendente da realidade humana.
Gostoso é “suspirar pelas alcovas” “sussurrando versos e trovas” “falar alto pelos botecos” isso tudo, “com certeza está na natureza”.
O que importa é viver a emoção maior do amor. Quando se ama, admira-se o inóspito à beira da praia, um vaso vazio e até mesmo o áspero, assim dizia Drummond.
O amor transcende a tudo o que é humano, “racional” e permite ao logos uma lógica de caráter dialético, dando ao ser condições práticas para a superação até mesmo do que é lógico.
Não posso conceituar o amor, uma vez que ele independe da nossa experiência. Ele está em nosso intelecto, portanto ele é inato, porém pode ser desenvolvido e ampliado pela nossa experiência, pelo contato que temos com que amamos.
É no amor que podemos determinar o belo, pois é nele que se encontra a subjetividade e, se a subjetividade é razão particular o amor é razão universal; muito embora ele em determinados momentos perca sua razão, todavia não deixa de ser amor. Ele “está no dia a dia das meretrizes', “No plano dos bandidos, dos desvalidos”, às vezes perde sua decência, sua censura, fica sem sentido. “E mesmo o padre eterno, que nunca foi lá olhando o nosso inferno vai abençoar”.
O amor é, às vezes anárquico, sem vergonha, sem juízo, porém com razão.

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