De
todas as experiências que tive, foi a afetividade que me deu
respostas tanto imediatas quanto mediatas. Esse misto de vísceras e
razão faz com que encontre na existência motivo para viver.
Na
imediatidade, encontro a emoção que além de predominante determina
o momento, dá as coordenadas, diz a trajetória a ser seguida. Essa
emoção determinante já me conduziu à vários relacionamentos, dos
quais guardo na memória as tantas experiências, troca de
conhecimentos, os orgasmos que me fazem crescer como ser humano.
Não
pretendo aqui me deter ao passado, uma vez, que o presente fala mais
forte por sua sensibilidade, razão, tesão que me arrepia a pele
quando nos beijamos. Com suas tantas boas “mas intenções” me
conduz a um infinito e gostoso desejo de penetrar nos seus sonhos,
corpo e mente.
Essa
coisa sem juízo, porém lógica em seu aspecto sensitivo me leva à
compreender essa estreita relação entre o prazer e instinto em
Reich. Onde o instinto nada mais é que o “aspecto motor do
prazer”, assim, sendo o indivíduo (eu) diante de uma antecipação
mental de prazer, ocasionalmente serei levado a um estado no qual
serei conduzido a uma plena satisfação, que de certo modo gerará
em mim alguma tensão emocional, como também irei descarregar uma
pequena quantidade de excitação sexual. A partir de então, as
condições criadas pela satisfação íntima minha no momento do
clímax, acarretará, consequentemente, uma descarga contínua de
minhas tensões e me conduzirá a um pleno prazer.
As
respostas imediatas que sinto e que me realizam encontrei em Reich a
sua definição lógica e científica.
Quanto
a mediatidade, não sei bem ao certo, pretendo viver intensamente
essa emoção que hoje sinto conservando em sua totalidade todos seus
aspectos prazerosos que codinominei de amor.
Dentro
da subjetividade humana tudo o que se conquista ou mesmo tenta
conquistar tem uma objetividade, portanto, nada se faz sem tesão.
Que
seria da raça humana se não fosse o amor? Este amor tantas vezes
ignorado pelos pseudos revolucionários que perderam a razão na
ilusão de que transformariam o mundo. Essa interrogação é feita
por Chico Buarque em “O que será que será”, onde ele delimita o
amor e, o trata de uma maneira quase que promiscua (poligamia
acompanhada de infidelidade ocasional), e afirma na poesia “O meu
amor”.
O
amor te permite a determinação, a busca da vitória e ignora a
expectativa que muitas vezes torna-se frustrante devido a cobrança
sem limitação e, transcendente da realidade humana.
Gostoso
é “suspirar pelas alcovas” “sussurrando versos e trovas”
“falar alto pelos botecos” isso tudo, “com certeza está na
natureza”.
O
que importa é viver a emoção maior do amor. Quando se ama,
admira-se o inóspito à beira da praia, um vaso vazio e até mesmo o
áspero, assim dizia Drummond.
O
amor transcende a tudo o que é humano, “racional” e permite ao
logos uma lógica de caráter dialético, dando ao ser condições
práticas para a superação até mesmo do que é lógico.
Não
posso conceituar o amor, uma vez que ele independe da nossa
experiência. Ele está em nosso intelecto, portanto ele é inato,
porém pode ser desenvolvido e ampliado pela nossa experiência, pelo
contato que temos com que amamos.
É
no amor que podemos determinar o belo, pois é nele que se encontra a
subjetividade e, se a subjetividade é razão particular o amor é
razão universal; muito embora ele em determinados momentos perca sua
razão, todavia não deixa de ser amor. Ele “está no dia a dia das
meretrizes', “No plano dos bandidos, dos desvalidos”, às vezes
perde sua decência, sua censura, fica sem sentido. “E mesmo o
padre eterno, que nunca foi lá olhando o nosso inferno vai
abençoar”.
O
amor é, às vezes anárquico, sem vergonha, sem juízo, porém com
razão.
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