Quando
criança, sem nada entender de política, já observava meu pai falar
que tal candidato, teria sido indicação de um determinado “chefão”
da política local. Fui crescendo e percebendo que a política é
parte integrante do cidadão. Também compreendi que tais indicações
faladas pelo meu pai, continuavam, mas daí, já entendia que
vivíamos numa ditadura militar e não podia me opor.
Veio
a Anistia política, e o Congresso Nacional derrotou a Emenda Dante
de Oliveira, a eleição continua indireta, porém, surge nos ares da
liberdade o raiar do novo dia. Cai o “Muro de Berlim”,
reunificam-se as Alemanhas, Gorbachev decreta a Perestroika e a
Glasnost. E de repente o mundo político ficou atônito, Fukuyama
fala em o fim da História.
A
democracia mostra a cara e alegra muita gente, todavia, continuo
perplexo diante das ações comportamentais dos atuais dirigentes
políticos e agremiações partidárias. Acompanhando as últimas
eleições percebo que muito se caminhou rumo à democracia, mas
ainda continua as indicações tiradas do bolso dos “xerifes” e
impostas à sociedade votante. Os acordos são em sua grande maioria,
a portas fechadas e de interesses privados. A política que deveria
ser do povo, fica restrita às minorias mandatárias.
2014
já vem chegando e com ele as eleições de cartas marcadas? No
contexto geral temos o oportunismo determinando as indicações,
pleiteando cargos e impondo nomes. No Rio de Janeiro, o atual
governador, mesmo sem prestígio diante da população, impõe o nome
do seu Vice-Governador: Luiz Fernando de Souza Pezão quando o pre
candidato do PT, atual Senador Lindbergh Farias, desfila nas cristas
das ondas da aprovação popular. Aqui no Ceará, existem muitas
especulações e pretensões de nomes para ocupar o palácio do
governo.
O
Senador Eunício Oliveira propaga seu nome nos grotões cearense, o
PT se diz aliado do governador Cid Gomes e acata o nome palaciano,
mas existem em seu seio uma rebeldia dizendo que o Partido terá
candidatura própria. Muitas águas ainda vão rolar debaixo das
pretensões locais e o pior é constatar “que apesar de termos
feito, tudo que fizemos , ainda somos os mesmos, e vivemos como
nossos pais...*”
*
Como Nossos Pais - Belchior
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