A
priori, a política deveria ser a arte da completude humana, a busca
da ética social no sentido de garantir a felicidade da coletividade
cidadã. O fazer política deveria ser imperativo a todos os seres
humanos e nunca à imposição da força autoritária dos ilustres
mandatários da moral burguesa. Mas as ambições particulares
tiraram o caráter científico do fazer política. Parafraseando
Rousseau (1), “O homem nasce bom, o meio é que o corrompe”.
Assim caminha o agir político contemporâneo. A busca pelo poder é
determinantemente fascinante. Sempre os mesmos no comando do gerir as
ideologias e deturpar os sonhos e as ilusões do povo que sempre
acredita na sofística quimera propagada antes das eleições.
O
agir cidadão no campo da liberdade está intrinsecamente ligado à
moral particular e deveria regular as normas de conivência social.
Aqui cito Kant (2): “Duas coisas me deixam maravilhado, o céu
estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Se os atuais
agentes da política contemporânea dedicassem o mínimo possível à
moral particular, quem sabe, existiria ética no espaço público do
praticar política.
Todavia,
a “políticalha”, o fazer doentio da política, tomou conta das
concretudes gerenciais e parlamentares nas Terras Brasilis, onde as
relações tornaram-se voláteis e temporais. Para manter-se no
comando, alguns dos atuais detentores do poder são capazes até de
dormir com o inimigo, barganhando apoiamento, numa deslavada relação
do toma lá dá cá.
(1) Jean-Jacques
Rousseau – importante filósofo suíço, defensor do Iluminismo.
(2) Immanuel
Kant – filósofo alemão
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