terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O Fazer Política é Imperativo


A priori, a política deveria ser a arte da completude humana, a busca da ética social no sentido de garantir a felicidade da coletividade cidadã. O fazer política deveria ser imperativo a todos os seres humanos e nunca à imposição da força autoritária dos ilustres mandatários da moral burguesa. Mas as ambições particulares tiraram o caráter científico do fazer política. Parafraseando Rousseau (1), “O homem nasce bom, o meio é que o corrompe”. Assim caminha o agir político contemporâneo. A busca pelo poder é determinantemente fascinante. Sempre os mesmos no comando do gerir as ideologias e deturpar os sonhos e as ilusões do povo que sempre acredita na sofística quimera propagada antes das eleições.

O agir cidadão no campo da liberdade está intrinsecamente ligado à moral particular e deveria regular as normas de conivência social. Aqui cito Kant (2): “Duas coisas me deixam maravilhado, o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Se os atuais agentes da política contemporânea dedicassem o mínimo possível à moral particular, quem sabe, existiria ética no espaço público do praticar política.

Todavia, a “políticalha”, o fazer doentio da política, tomou conta das concretudes gerenciais e parlamentares nas Terras Brasilis, onde as relações tornaram-se voláteis e temporais. Para manter-se no comando, alguns dos atuais detentores do poder são capazes até de dormir com o inimigo, barganhando apoiamento, numa deslavada relação do toma lá dá cá.


(1) Jean-Jacques Rousseau – importante filósofo suíço, defensor do Iluminismo.
(2) Immanuel Kant – filósofo alemão

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