segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Poder Hobbesiano Ainda é Vigente?


Em pleno século XXI observo frequentemente em determinadas pessoas uma tremenda desatenção para as questões políticas fundantes do viver social. Parece-me que a razão, característica fundamental do ser humano, está temporariamente diluída numa volatilidade frequente na comunicação de massa que manipula instantaneamente a vontade particular em direção à um consenso no seio do senso comum e torna-se uma vontade geral do capital burguês.

Esta letargia política me remete ao pensamento absolutista de Thomas Hobbes e parafraseando seu Leviatã, o homem embora vivendo em sociedade, não possui o instinto natural de sociabilidade. Por isso, cada homem encara seu semelhante como um concorrente, sendo assim o lobo do próprio homem. Para dar fim à brutalidade da vida social, os homens firmaram um contrato pelo qual cada um transferiu ao Estado (Leviatã) seus poderes de governar a si próprio.

Mesmo já conhecendo as mazelas e acontecimentos em determinados setores sociais promovidos por gerentes insensíveis, esquecem facilmente e seguem embrutecidos, buscando o passado como alternativa de mudanças. Se o presente político não satisfaz às necessidades básicas diante de erros gerenciais do sistema capitalista, por que o desejo de regressar ao conhecido, não tanto bom, diante do social?

Talvez por medo de se posicionar contrario ao absolutismo burguês, não se reconhecendo como ser capaz de gerir suas vontades e desejos de tornar-se um membro da comunidade política, delega seus poderes ao invés de propor uma aliança popular onde a vontade particular seja sempre submetida à vontade geral em assembleias cidadãs, fundando assim a soberania do Estado, sem jamais se entregar as benesses imediatas do poder capital, pois ainda vale como humano o poder racional e a capacidade efetiva de ser social, transformador e atento ao acompanhar o gerir da República.

Crédito Foto: Leviatã de Thomas Hobbes

Nenhum comentário:

Postar um comentário