Em
pleno século XXI observo frequentemente em determinadas pessoas uma
tremenda desatenção para as questões políticas fundantes do viver
social. Parece-me que a razão, característica fundamental do ser
humano, está temporariamente diluída numa volatilidade frequente na
comunicação de massa que manipula instantaneamente a vontade
particular em direção à um consenso no seio do senso comum e
torna-se uma vontade geral do capital burguês.
Esta
letargia política me remete ao pensamento absolutista de Thomas
Hobbes e parafraseando seu Leviatã, o homem embora vivendo em
sociedade, não possui o instinto natural de sociabilidade. Por isso,
cada homem encara seu semelhante como um concorrente, sendo assim o
lobo do próprio homem. Para dar fim à brutalidade da vida social,
os homens firmaram um contrato pelo qual cada um transferiu ao Estado
(Leviatã) seus poderes de governar a si próprio.
Mesmo
já conhecendo as mazelas e acontecimentos em determinados setores
sociais promovidos por gerentes insensíveis, esquecem facilmente e
seguem embrutecidos, buscando o passado como alternativa de mudanças.
Se o presente político não satisfaz às necessidades básicas
diante de erros gerenciais do sistema capitalista, por que o desejo
de regressar ao conhecido, não tanto bom, diante do social?
Talvez
por medo de se posicionar contrario ao absolutismo burguês, não se
reconhecendo como ser capaz de gerir suas vontades e desejos de
tornar-se um membro da comunidade política, delega seus poderes ao
invés de propor uma aliança popular onde a vontade particular seja
sempre submetida à vontade geral em assembleias cidadãs, fundando
assim a soberania do Estado, sem jamais se entregar as benesses
imediatas do poder capital, pois ainda vale como humano o poder
racional e a capacidade efetiva de ser social, transformador e atento
ao acompanhar o gerir da República.
Crédito
Foto:
Leviatã de Thomas Hobbes
Nenhum comentário:
Postar um comentário