sexta-feira, 21 de junho de 2013

Se faz Democracia é na Luta e nas Ruas


       A espontaneidade das manifestações populares da juventude me fascina, me faz jovem e esperançoso num novo amanhecer. Não interessa se o movimento é nômade, não tem norte. O mais importante agora é sua existência, que se faz das ruas “a maior arquibancada do Brasil.” Todavia muito me preocupa sua apropriação pela direta oportunista de plantão.

        O poder gerencial do capital deveria promover a satisfação social, realizando cotidianamente o desenvolvimento, não apenas econômico, mas levando dignidade ao povo que lhe permite gerenciar a democracia representativa.

          Diante das eufóricas manifestações da juventude, existem pessoas que sem querer, contribuem equivocadamente para o retrocesso democrático do país, uma vez que ainda não temos maturidade político-cultural para uma convivência autônoma e harmônica, sem desrespeitar o direito individual e coletivo. Assimilamos o individualismo primordial do ter e pouco nos preocupamos com o ser.

            Não sou totalmente contra o poder público brasileiro promover a Copa do Mundo de 2014, assim como também a Jornada Mundial da Juventude nos dias 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro, e a vinda do Iluminado Papa Francisco, que custará aos cofres públicos cerca de 118 milhões de ricos reais. Entretanto devemos cobrar responsabilidades sociais nos gastos públicos e o fim do câncer do mundo capitalista e a malfadada 'corrupção' que muitos antipatriotas se beneficiam diretamente dela e agora se dizem apoiadores dos movimentos que mudaram a face das cidades brasileiras.

             As manifestações são políticas e não podem ignorar a importância da militância que ontem foi às ruas em busca de dias melhores, até mesmo reconhecendo erros, devaneios, mas construindo na lide o direito do povo na organização democrática. Já pensou se tais bravos militantes do ontem não tivessem objetivos claros e seguissem apenas a euforia juvenil? Talvez hoje vocês nem estivessem nas ruas cobrando os 0,20 centavos etc, coisa & tal.

         Para usufruir da jovem democracia brasileira foi preciso muita luta, organização e direcionamento político e, somente podemos falar numa democracia forte se tivermos fortes partidos. É bem verdade que hoje os partidos perderam seu norte teleológico, mas torna-se indispensável fortalecer tal instrumento de luta social.

         No Brasil é muito comum na efervescência instantânea, se criarem “deuses” midiáticos, salvadores da pátria. Como se isso fosse possível no campo social. “Regular” poderes se faz necessário na democracia, do contrário voltaríamos ao Antigo Regime, onde as instituições ou pessoas seriam totalitárias e com poderes absoluto.
  

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