A
espontaneidade das manifestações populares da juventude me fascina,
me faz jovem e esperançoso num novo amanhecer. Não interessa se o
movimento é nômade, não tem norte. O mais importante agora é sua
existência, que se faz das ruas “a maior arquibancada do Brasil.”
Todavia muito me preocupa sua apropriação pela direta oportunista
de plantão.
O
poder gerencial do capital deveria promover a satisfação social,
realizando cotidianamente o desenvolvimento, não apenas econômico,
mas levando dignidade ao povo que lhe permite gerenciar a democracia
representativa.
Diante
das eufóricas manifestações da juventude, existem pessoas que sem
querer, contribuem equivocadamente para o retrocesso democrático do
país, uma vez que ainda não temos maturidade político-cultural
para uma convivência autônoma e harmônica, sem desrespeitar o
direito individual e coletivo. Assimilamos o individualismo
primordial do ter e pouco nos preocupamos com o ser.
Não
sou totalmente contra o poder público brasileiro promover a Copa do
Mundo de 2014, assim como também a Jornada Mundial da Juventude nos
dias 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro, e a vinda do Iluminado Papa
Francisco, que custará aos cofres públicos cerca de 118 milhões de
ricos reais. Entretanto devemos cobrar responsabilidades sociais nos
gastos públicos e o fim do câncer do mundo capitalista e a
malfadada 'corrupção' que muitos antipatriotas se beneficiam
diretamente dela e agora se dizem apoiadores dos movimentos que
mudaram a face das cidades brasileiras.
As
manifestações são políticas e não podem ignorar a importância
da militância que ontem foi às ruas em busca de dias melhores, até
mesmo reconhecendo erros, devaneios, mas construindo na lide o
direito do povo na organização democrática. Já pensou se tais
bravos militantes do ontem não tivessem objetivos claros e seguissem
apenas a euforia juvenil? Talvez hoje vocês nem estivessem nas ruas
cobrando os 0,20 centavos etc, coisa & tal.
Para
usufruir da jovem democracia brasileira foi preciso muita luta,
organização e direcionamento político e, somente podemos falar
numa democracia forte se tivermos fortes partidos. É bem verdade que
hoje os partidos perderam seu norte teleológico, mas torna-se
indispensável fortalecer tal instrumento de luta social.
No
Brasil é muito comum na efervescência instantânea, se criarem
“deuses” midiáticos, salvadores da pátria. Como se isso fosse
possível no campo social. “Regular” poderes se faz necessário
na democracia, do contrário voltaríamos ao Antigo Regime, onde as
instituições ou pessoas seriam totalitárias e com poderes
absoluto.
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