sexta-feira, 21 de junho de 2013

As Manifestações Vagam ou Tem um Norte?


      Não se vê nenhuma clareza sobre o futuro das manifestações que invadiram as ruas do pais, cobrando responsabilidades republicanas dos gerentes do capital em todas as esferas do poder. A crise econômica europeia destrói os padrões de vida de um povo privilegiado e expande ao mundo capitalista a insegurança, a instabilidade e as desesperanças. Mesmo não sentindo diretamente os efeitos graves da crise econômica mundial, a população brasileira num despertar espetacular e ainda não compreendido sociologicamente, “vai pra rua” e no primeiro momento sem atenção e preocupação dos governantes infla o Movimento Passe Livre – MPL que exigia a derrubada do aumento das passagens dos coletivos municipais em Sampa, que pelo visto, tal acréscimo era apenas para ampliar os ricos lucros dos empresários insaciáveis dos transportes coletivos.

        Tais manifestações a priori, foram verbalmente reprimidas ou ignoradas, mas quando os oportunistas de plantão perceberam sua grandeza, decretam apoio incondicional e até mesmo as velhas mídias, que antes serviram à ditadura, deslizam nas ondas de audiência promovidas pela juventude que não aceita partidos políticos nas manifestações, mas existem agremiações partidárias infiltradas, alguns enrustidos, tanto da “direita” extremista, quanto das esquerdas esfaceladas. Perplexos e atônicos permanecem na observação e apoiamento, todavia a direita já demonstra grande preocupação diante das proporções tomadas nas ruas das cidades.

        Não adianta descaracterizar a participação dos manifestantes, alegando que são garotos e garotas de classe média, usando roupas de grifes e, que muitos sem a devida consciência para tais manifestações. Tudo balela, pois as manifestações livres do hoje são tão importantes quanto as que vivenciamos no passado, e que culminou com a vitória do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto Central. Dizer que a juventude está sem um norte político, pode até ter uma certa verdade, entretanto é bom lembrar que é na caminhada que se faz o caminho. E aqui cito a agonia de muitos dos militantes dos anos 80, quando o fim da ditadura brasileira e a queda do muro de Berlim e, até mesmo o “Fim da História” decretada por Fukuyama (1). De repente nos encontramos perdidos e sem compreender as circunstâncias daquele momento.

        Com frases do tipo “O Gigante Adormecido Acordou” e “Verás que um filho teu não foge a luta”, “Vem pra rua...””A Maior Arquibancada do Brasil” a brava gente brasileira segue adiante exigindo responsabilidades sociais e compromissos políticos dos ditos representantes que só dialogam com o povo nos momentos que antecedem as eleições e depois de eleito priorizam sua agenda pessoal usufruindo dos múltiplos privilégios públicos. É bem verdade que não se pode generalizar, mesmo com a existência dos “trezentos picaretas” e de alguns fundamentalistas religiosos, existe uma parcela de políticos de primeira grandeza que honra seu mandato e legisla de forma ética e republicana.


 
(1) “Francis Fukuyama é um filósofo e economista político nipo-estadunidense. Figura chave e um dos ideólogos do governo Reagan, Fukuyama é uma importante figura do Neoconservadorismo. 
 Autor do livro “O Fim da História”   -    Wikipédia )”

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