Não
se vê nenhuma clareza sobre o futuro das manifestações que
invadiram as ruas do pais, cobrando responsabilidades republicanas
dos gerentes do capital em todas as esferas do poder. A crise
econômica europeia destrói os padrões de vida de um povo
privilegiado e expande ao mundo capitalista a insegurança, a
instabilidade e as desesperanças. Mesmo não sentindo diretamente os
efeitos graves da crise econômica mundial, a população brasileira
num despertar espetacular e ainda não compreendido sociologicamente,
“vai pra rua” e no primeiro momento sem atenção e preocupação
dos governantes infla o Movimento Passe Livre – MPL que exigia a
derrubada do aumento das passagens dos coletivos municipais em Sampa,
que pelo visto, tal acréscimo era apenas para ampliar os ricos
lucros dos empresários insaciáveis dos transportes coletivos.
Tais
manifestações a priori, foram verbalmente reprimidas ou ignoradas,
mas quando os oportunistas de plantão perceberam sua grandeza,
decretam apoio incondicional e até mesmo as velhas mídias, que
antes serviram à ditadura, deslizam nas ondas de audiência
promovidas pela juventude que não aceita partidos políticos nas
manifestações, mas existem agremiações partidárias infiltradas,
alguns enrustidos, tanto da “direita” extremista, quanto das
esquerdas esfaceladas. Perplexos e atônicos permanecem na observação
e apoiamento, todavia a direita já demonstra grande preocupação
diante das proporções tomadas nas ruas das cidades.
Não
adianta descaracterizar a participação dos manifestantes, alegando
que são garotos e garotas de classe média, usando roupas de grifes
e, que muitos sem a devida consciência para tais manifestações.
Tudo balela, pois as manifestações livres do hoje são tão
importantes quanto as que vivenciamos no passado, e que culminou com
a vitória do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto
Central. Dizer que a juventude está sem um norte político, pode até
ter uma certa verdade, entretanto é bom lembrar que é na caminhada
que se faz o caminho. E aqui cito a agonia de muitos dos militantes
dos anos 80, quando o fim da ditadura brasileira e a queda do muro de
Berlim e, até mesmo o “Fim da História” decretada por Fukuyama
(1). De repente nos encontramos perdidos e sem compreender as
circunstâncias daquele momento.
Com
frases do tipo “O Gigante Adormecido Acordou” e “Verás que um
filho teu não foge a luta”, “Vem pra rua...””A Maior
Arquibancada do Brasil” a brava gente brasileira segue adiante
exigindo responsabilidades sociais e compromissos políticos dos
ditos representantes que só dialogam com o povo nos momentos que
antecedem as eleições e depois de eleito priorizam sua agenda
pessoal usufruindo dos múltiplos privilégios públicos. É bem
verdade que não se pode generalizar, mesmo com a existência dos
“trezentos picaretas” e de alguns fundamentalistas religiosos,
existe uma parcela de políticos de primeira grandeza que honra seu
mandato e legisla de forma ética e republicana.
“(1)
“Francis Fukuyama
é um filósofo e economista político nipo-estadunidense. Figura
chave e um dos ideólogos do governo Reagan, Fukuyama é uma
importante figura do Neoconservadorismo.
Autor
do livro “O Fim da História”
- Wikipédia
)”
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