Difícil
acreditar que em pleno século da robótica existem ainda pessoas que
desconfiam da força do homem no conduzir cotidianamente as máquinas
em função do progresso. Os avanços que ora ocorrem na medicina
representam resultados positivos e confiáveis nos atos cirúrgicos.
Que os “games” do momento demonstram um grande salto da
tecnologia etc e tal.
Custa-me
acreditar que alguém com o mínimo de discernimento possa, só pelo
fato da contrariedade, acreditar que as urnas eletrônicas foram
adulteradas e os resultados manipulados. Quais foram os indícios que
demonstram piamente tal acusação? Contrariar interesses não vale?
Os resultados das urnas foram as reais posições expressas nas ruas
das cidades e do páis. Não se pode ficar feito crianças mimadas
por contrariedades acontecidas e não favoráveis aos desejos
insaciáveis de mudanças que, na maioria das vezes, podem até
acontecer na permanência.
Afinal
de contas o que mesmo podemos neste sentido chamar de mudanças?
Construir coletivamente a democracia é o mote. O país não pode
repensar o retrocesso como mudanças, pois foram vinte e poucos anos
de luta para redemocratizar o Brasil e agora é proativo ir às ruas
cobrar dos gerentes de plantão ações republicanas no gerir da
coisa pública. Se queremos mais espaços no campo democrático
devemos exigir que o Congresso Nacional reveja posição em relação
a efetivação das conquistas sociais expressas na Constituição
Democrática de 1988.
O
Congresso que demonstrou, no último dia 28 de outubro, um certo
revanchismo e oportunismo fisiológico em relação ao resultado das
urnas, quando derrota os Conselhos Populares e se utiliza,
falaciosamente, do argumento de que o povo não pode interferir nas
deliberações de tal Instituição. Onde estão as mudanças que o
“monstro adormecido”, quando parecia ter acordado, cobrou nas
ruas em 2013?
O
processo histórico é real e as conquistas são lentas e moderadas.
Poucas coisas acontecem na celeridade dos desejos pessoais e na
efervescente e juvenil adolescência. Discernimento é o caminho do
bom senso, da maturidade. Buscar agir pela emoção só caracteriza
em nós a fragilidade humana da extemporaneidade.
Ninguém
acorda bravamente na busca coletiva do passado. Os avanços do
desenvolvimento do pensamento humano nos colocam na crista da onda
das reflexões e, como seres dialéticos, buscamos na lide
compreender os espaços no tabuleiro da democracia e criarmos
afetivas condições dialógicas no campo social e humano. Mesmo que
os embates políticos aconteçam com certa frequência, é imperativo
que busquemos condições democráticas com total firmeza ideológica
na conquista da coletividade brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário