Ao
caminhar a noite pelas ruas periféricas da Fortaleza, que já foi
bela, facilmente percebemos que as calçadas foram tomadas por parte
daqueles excluídos do mercado de trabalho, que expõem mesas
rodeadas de pessoas bebendo e comendo os pratinhos da vizinha.
Enquanto isso, os transeuntes disputam com os carros o que resta do
espaço no preto e frio asfalto.
Simpatizo
muito com a criatividade do povo brasileiro driblando a crise para
sobreviver, e se a burguesia invadiu minha “praia”, expropriando
terras e casebres, por que não fazer parte desta desordenada
política de apropriação indébita?
É
bem verdade que a cidade perde com isso sua beleza, e Tais
acontecimentos deixam claro a falência da conivência harmônica na
sociedade capitalista, pois cada um tenta de forma particular ocupar
os espaços da coletividade.
Mesmo
assim, o povo “feliz” desfila a caminho ermo e destila suas dores
nas mesas expostas em calçadas, desfrutando a brisa leve da boêmia
noite Fortalezense.
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