domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Jovem Baiano Que Roubou Livros


O que dizer de uma sociedade que prende gente que rouba livros? Não estou aqui fazendo apologia ao roubo. Acredito que roubar não seria a melhor maneira de adquirir livros, entretanto, o jovem baiano de 19 anos, Alex Santana dos Santos, não tinha como comprar e agora está preso por levar três livros da Livraria Cultura, na Bahia de todos os Santos.

Difícil entender como muitos se apropriam indebitamente dos bens públicos, aumentando o abismo social na sociedade capital e estão muito bem obrigado. Nem mesmo a “Ficha Limpa” impediu os caras pálidas de tais ações de imoralidade. Tais exploradores desfilam nos tapetes vermelhos da burguesia, degustando os melhores vinhos e rindo daqueles que lhe delegam poder(es).

Terra sem lei, sem educação, saúde e segurança pública que atenda as necessidades da coletividade, sem bibliotecas públicas de qualidade e atualizadas. Todavia o carnaval rola solto, promovendo a alegria do suor brasileiro, os estádios ganharam características de “arena” da Roma Antiga, onde os gladiadores vão às lutas e à exploração exacerba, ainda mais aqueles que ousam assistir a alguns jogos naquele espaço privado, porém construído com o dinheiro dos trabalhadores.

Alex Santana dos Santos foi duplamente vitimado pela inoperância do estado burguês que não promove políticas públicas voltadas para a sociedade menos favorecida do capital. Todavia, desafiou as carcomidas leis das elites e desnuda a ética burguesa ao roubar livros para sua formação intelectual e, neste instante, o “Leviatã” faz-se presente ao cercear a liberdade do jovem rebelde, que sem dois salários mínimos para sua fiança, permanecerá um longo tempo nas precárias e fétidas prisões.

Enquanto isso, na sala da injustiça brasileira, os delapidadores do patrimônio público passeiam de helicópteros pelos ares das Terras Brasilis, vão à Europa nas férias do Congresso Nacional, utilizam os jatinhos da aeronáutica para fins particulares, já a população que paga impostos, permanece refém da marginalidade por falta de segurança pública, sem contar que o “sertão continua ao Deus dará”. 

 
Crédito da foto: Varela Notícias
varelanoticias.com.br

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