Conversando
com algumas pessoas que certamente pensam diferente de mim, percebi
que os termos alienação e ética ainda não foram compreendidos por
tais argumentos praticados. Muitas pessoas não conseguem perceber
alienação como sinônimo de estranhamento, de alienar-se a outro,
nem a ética como ciência ou reflexão sobre o agir humano e moral,
contudo, generalizam as categorias etimológica das palavras.
Parece-me
que pensar nos dias atuais, tempo de obscurantismo presente e
vindouro, tornou-se ultrapassado no conhecimento do ser enquanto
pessoa humana. Talvez por isso torne-se quase que impossível para
tais seres andantes que na sua grande maioria só conseguem ver a
pessoa como indivíduo sem saber que este indivíduo nada mais é que
o ser da solidão na vil sociedade do capital.
Na
realidade a alienação produzida pela exploração capital torna o
ser desligado da realidade por ele incompreendida. Desconfio que este
ser alienado só se reconheça na força da exploração e no
produzir bens para o fortalecimento daquele que o explora. Pois bem
camaradas, a alienação enquanto estranhamento é contingente e terá
sempre uma carga de negatividade, portanto, tornar-se-á superável.
Mas aí você diz: todos nós somos alienados. É verdade, todavia, a
minha alienação nada mais é que a exteriorização positiva das
relações de produção e com isso necessária.
Pensar
que certos seres jamais chegarão à conclusão do duplo aspectos do
trabalho no sistema capitalista é por demais traumático para
alguém, como eu, que ver a ética como reflexão do agir humano e
não do bem em si, mas do para si na coletividade, ou seja, saindo do
particular para o não mais particular. Na realidade produtiva do
capital podemos perceber o ser criador de valor de uso e o criador de
valor de troca, este último predomina o trabalho estranhado, onde
ele tudo produz e de nada ou quase nada se apropria. Assim, o ser que
produz carro na grande maioria das vezes anda de coletivo e por aí
vai se fortalecendo a mais valia de Marx.
Faz-se
necessário compreender o devir ser como uma antologia social numa
posição teleológica da causalidade natural para a concretude da
causalidade posta, onde existe a interferência do ser determinando a
realidade posta, portanto, esta alienação torna-se insuperável. Ou
seja, a partir de uma certa matéria natural o ser influencia
diretamente no resultado da construção da realidade posta, desta
feita minimizando o estranhamento social criado pelo próprio homem
na convivência social.