Não
entendo como pessoas bem nascidas, “representantes” da exploração
capitalista, perdem facilmente a esportiva e partem para ações de
confronto com manifestantes que veementemente buscam seus direitos
através do diálogo. É de praxe alguns gerentes de plantão,
negar o diálogo antecipado e na agonia da militância, colocam-se
arrogantes e afirmam categoricamente que não dialogam com
manifestantes em greve. Cômodo! Muito cômodo!
Ninguém
é tão ingênuo a ponto de deflagrar um movimento paredista antes de
se esgotar a fase do diálogo. Tentativas de diálogos, busca de
consenso em exaustivas reuniões e as aspirações reivindicatórias
caminham em linhas paralelas com a intransigência majoritária
governista.
Muitos
que brilharam nas lutas por uma transformação social, ou pela
conquista imediata do bem estar social, hoje se perderam nesta
trajetória, por não compreender a dinâmica coletiva na sua
concretude e, permeiam as bases governistas das acomodações.
Acreditar
nas manifestações nômades é revolucionar a lide cotidiana e negar
a práxis da crítica pela crítica. Os movimentos da Copa das
Reivindicações ainda estão nas ruas, com roucas vozes e “tudo
continua como d'antes no quartel de Abrantes”. A violência
patrocinada pelo Estado na maioria das vezes é omitida, todavia a
tática dos “black blocks” desfila livremente pelas ondas globais
do vandalismo.
O
ex”tudo”, quase “deus” que nunca fez chover na horta dos
trabalhadores, secretário de Saúde do Estado do Ceará, na sua
infalibilidade governamental se encontrou com manifestantes e partiu
para o confronto. Rasgou cartaz e afirmou que seu irmão jamais
dialogará com o “PSOL”, com manifestantes em greve. Tenho
grandes dificuldades, mas até entendo, sua postura defensora do
status quo, todavia, me nego a entender sua ação agressiva com os
jovens estudantes da UECE. O cara é representante nato do Estado e
ainda existem setores da imprensa que negam a violência Estatal do
vil metal.
Sou
de um tempo em que o diálogo estava presente nas relações
fragilizadas do eu coletivo e que a ponderação e a serenidade eram
bases das relações humanas para fortalecer o convívio democrático.
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