A
rebeldia contida no afastamento sociopolítico cultural, detém parte
integrante da adolescência permanente de um poeta que sonhou com a
revolução. Revolução tardia, promotora das acomodações de um
coração perdido entre os acontecimentos voláteis da vida
cotidiana.
Tudo
não passou de uma quimera e as pressões de convivência, de repente
muda a rota dos sonhos, que permanecem adormecidos no meio de um
infernal barulho, onde poucas pessoas escutam a voz do silêncio.
Repressão
contínua e contida nos moldes globalizantes, onde os sonhos distam
do real e as correntes mediadoras dos tempos te escravizam numa
hipocrisia fenomenal de isolamento social.
Mesmo
entre as correntes do isolamento, onde tudo parece irreal, as pessoas
transitam como múmias ambulantes numa vitrine inacessível do real,
sem rebeldia nem romantismo e sem dialética. Atento aos turbilhões
dos acontecimentos, o poeta sonha.
Sem
contentamento, permanece enclausurado o poeta na angustiante rotina
do vai e vem global, onde as pessoas tornam-se invisíveis para as
ações dominantes do ter, mas o poeta não se entrega, e isolado na
multidão, tenta viver sua rebeldia.
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