quinta-feira, 23 de abril de 2015

Esclarecimento?


Segundo o aniversariante do dia, 23/04, Immanuel Kant, jamais poderemos conhecer a Realidade em si, poderemos apenas conhecer uma realidade fenomênica. Diante deste contexto, parece-me que a realidade vive entre uma certa nuvem de fumaça impedindo-nos de saber como acontecem as coisas translúcidas no universo.

Parece-me atual, no contexto do capital, onde a realidade quase sempre é negada ao conhecimento da maioria necessária, privilegiando a priori, uma certa camada de iluminados e o universo gira em torno dos privilegiados, sem uma real imagem contextualizada das vivências humanitárias, gerando assim, uma dicotomia entre a teoria propagada e a práxis efetiva no fazer social.

Entretanto, a timidez do conhecer apequena o homem enquanto ser subjetivo e impede de seguir seus próprios passos em direção segura ao conhecimento, uma vez que torna-se muito cômodo pagar ou seguir as trilhas impostas pelo capital. Esta anomia caracteriza a acomodação humana quase como algo natural à submissão, a pequenez, fortalece através da preguicite aguda a permissão do transcendente como determinante de sua existência e, esquecendo o ir em busca de esclarecimento das coisas reais, da realidade em si, dos fatos.

Assim disse Kant sobre o Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento [Aufklärung]" (KANT, 2005c, p. 63-64).”

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