Segundo
o aniversariante do dia, 23/04, Immanuel Kant, jamais poderemos
conhecer a Realidade em si, poderemos apenas conhecer uma realidade
fenomênica. Diante deste contexto, parece-me que a realidade vive
entre uma certa nuvem de fumaça impedindo-nos de saber como
acontecem as coisas translúcidas no universo.
Parece-me
atual, no contexto do capital, onde a realidade quase sempre é
negada ao conhecimento da maioria necessária, privilegiando a
priori, uma certa camada de iluminados e o universo gira em torno dos
privilegiados, sem uma real imagem contextualizada das vivências
humanitárias, gerando assim, uma dicotomia entre a teoria propagada
e a práxis efetiva no fazer social.
Entretanto,
a timidez do conhecer apequena o homem enquanto ser subjetivo e
impede de seguir seus próprios passos em direção segura ao
conhecimento, uma vez que torna-se muito cômodo pagar ou seguir as
trilhas impostas pelo capital. Esta anomia caracteriza a acomodação
humana quase como algo natural à submissão, a pequenez, fortalece
através da preguicite aguda a permissão do transcendente como
determinante de sua existência e, esquecendo o ir em busca de
esclarecimento das coisas reais, da realidade em si, dos fatos.
Assim
disse Kant sobre o “Esclarecimento
[Aufklärung] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele
próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de
seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o
próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na
falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de
servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do
esclarecimento [Aufklärung]" (KANT, 2005c, p. 63-64).”
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