Assistindo
com grande pesar a derrocada das ideologias no tabuleiro político
eleitoral brasileiro. Acreditei nos sonhos de uma ideologia com
caráter social voltada para a grande maioria do povo, que sofre as
desilusões do vil metal, entretanto, vejo abertamente as faces
poderosas perderem seus disfarces ilusórios na perspectiva de
iludir-se pelo poder a todo custo. Quando militei partidariamente,
mesmo como simpatizante, divergia muito da cúpula burocrática do
partido e, percebendo a força dominante, preferi afastar-me das
lutas cotidianas implantadas pelos comandantes, que quase sempre não
apareciam nas ondas populares.
Não
posso aceitar “calado” tal desfaçatez e, caminhar lado a lado
com minhas discordâncias, portanto, abro o verbo para que sons ecoem
nos meus ouvidos como forma de protesto. Difícil aceitar uma grande
instituição política nacional como a UNE apoiando eleitoralmente
as elites paulistas, que sempre lutaram contra as reivindicações da
classe trabalhadora. Mas do outro lado as esperanças parecem-me
afastadas das ideologias libertárias, pois assistimos cotidianamente
as lutas para gerenciar o capital.
Nenhuma
novidade na aliança eleitoral em busca de tempo na mídia, entre
Lula e Maluf, pois o poder central já havia associado o “senhor
corrupção &; Cia Ltda” a governabilidade da Presidência da
República, isso é fato.
Também
não me assustei com a declaração do ex presidente Luis Inácio
Lula da Silva dizendo que nunca foi de esquerda. Entretanto, não
posso negar sua importância política para construirmos a Democracia
Brasileira, como também a forma preferencial feita por ele ao
gerenciar o capital, mesmo contando com o apoio das elites, não
distanciou-se do povo menos favorecido, desprovidos das benesses do
capital e, isso o credencia como líder nato no tabuleiro político
brasileiro.
Todavia,
será a “Realpolitik” uma força ideológica de dominação das
elites capitalistas com o intuito de afastar o povo das lutas
políticas? Será uma imposição no processo de acomodação na
trajetória de quem busca uma nova forma relacional no contexto
social? Como lutar coletivamente em busca de transformar o sistema
hierárquico das desigualdades, se as mentes “iluminadas”
desviaram a trajetória da revolução? Será que as amarras do vil
metal promovem um aniquilamento das utopias?
Prefiro
acreditar na lide cotidiana, mesmo que isso represente uma gotinha de
esperança na construção de uma Sociedade de Novo Tipo.
“Se
muito vale o já feito, mais vale o que será”. Assim falou o
poeta.
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