kant
inicia assim a Crítica da Razão Pura: “Não há dúvida de que
todo o nosso conhecimento começa com a experiência;... nenhum
conhecimento em nós precede a experiência e todo conhecimento
começa com ela... nem por isso, todo ele se origina justamente da
experiência”. Isso vale dizer que uma parte do nosso conhecimento
se forma a partir de impressões que nos chegam do mundo dos
fenômenos e formam o núcleo empírico do conhecimento, o “a
posteriori”. Mas existe também o núcleo “a priori”, isto é
aquele conjunto de condições que existem de forma pura em nossa
mente, antecedendo a qualquer contato com o mundo. Surgem daí os
conceitos puros, isto é os que são elaborados independentemente da
experiência.
Conclui-se,
portanto, segundo Kant, que há um conjunto de condições prévias
existentes no sujeito, a priori, determinado de antemão a maneira
segundo a qual os dados fornecidos pela sensibilidade irão ser
conduzidos no processo cognitivo. Isto implica a existência no
sujeito de dispositivos interpretadores das manifestações dos
fenômenos em estreita correlação com a própria existência do
mundo fenomênico. Por outras palavras, as mensagens provenientes do
mundo não são automaticamente captadas por um intelecto “passivo”
(como afirmava a metafísica clássica), mas recebem um ordenamento
determinado pelo aparelho mental daquele que as percebe. Esses
dispositivos presentes no sujeito, de forma a priori são de dois
tipos, assim denominamos por Kant: as formas puras de sensibilidade
ou intuições puras e os conceitos puros do entendimento ou
categorias. Essa nava maneira de se entender o sujeito como elemento
ativo do processo de conhecimento, fato que constitui o ponto central
da revolução gnosiológica preconizada por Kant ficou sendo
conhecida como o fenômeno da subjetividade.
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