sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Subjetividade Kantiana


kant inicia assim a Crítica da Razão Pura: “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência;... nenhum conhecimento em nós precede a experiência e todo conhecimento começa com ela... nem por isso, todo ele se origina justamente da experiência”. Isso vale dizer que uma parte do nosso conhecimento se forma a partir de impressões que nos chegam do mundo dos fenômenos e formam o núcleo empírico do conhecimento, o “a posteriori”. Mas existe também o núcleo “a priori”, isto é aquele conjunto de condições que existem de forma pura em nossa mente, antecedendo a qualquer contato com o mundo. Surgem daí os conceitos puros, isto é os que são elaborados independentemente da experiência.
Conclui-se, portanto, segundo Kant, que há um conjunto de condições prévias existentes no sujeito, a priori, determinado de antemão a maneira segundo a qual os dados fornecidos pela sensibilidade irão ser conduzidos no processo cognitivo. Isto implica a existência no sujeito de dispositivos interpretadores das manifestações dos fenômenos em estreita correlação com a própria existência do mundo fenomênico. Por outras palavras, as mensagens provenientes do mundo não são automaticamente captadas por um intelecto “passivo” (como afirmava a metafísica clássica), mas recebem um ordenamento determinado pelo aparelho mental daquele que as percebe. Esses dispositivos presentes no sujeito, de forma a priori são de dois tipos, assim denominamos por Kant: as formas puras de sensibilidade ou intuições puras e os conceitos puros do entendimento ou categorias. Essa nava maneira de se entender o sujeito como elemento ativo do processo de conhecimento, fato que constitui o ponto central da revolução gnosiológica preconizada por Kant ficou sendo conhecida como o fenômeno da subjetividade.

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