quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Sem Senso Crítico Há Educação?!


Muitos “teóricos” já fizeram as suas mais belas e contundentes análises sobre as questões de aprendizagem no período da pandemia do Coronavírus da COVID 19, contudo, vou aqui meter minha cara a tapa e dizer das vivências do chão da sala de aula da escola.


É verdade que passamos por mais uma grave crise educacional no Brasil, todavia, os direitos constitucionais que deveriam permear as ações de estado no contexto educacional, parecem meio tímidas na realidade. Até mesmo a UNESCO se pronunciou a respeito das perdas educacionais ampliadas com o isolamento social e isso é sabido por todos, todavia, esqueceu de mencionar os prejuízos intelectuais advindos com a falta de substâncias nutricionais sofridas por grande parte dos estudantes das escolas públicas.


Pode ser que muitos dos gerentes do capital digam em bom tom que socializaram as ferramentas tecnológicas para o acompanhamento das virtuais aulas, facilitando assim a aprendizagem dos estudantes, contudo, nem sempre o acesso às ferramentas tecnológicas quer dizer condições de acompanhar no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e até mesmo as lives via “MEET” que ocorreram durante o período pandêmico, pois a internet se mostrou precária com baixa velocidade e grande desafios de acessibilidade.


O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 que garante o direito de acesso e permanência dos estudantes nas escolas e o desenvolvimento crítico de cada estudante no sentido de torná-lo cidadão de fato e de direito parece-me que atualmente recrudesce o desejo dos gestores e até mesmo da BNCC que “ignora” o desenvolvimento crítico dos estudantes pautando a formação para o mercado de trabalho e isso fica visível com os cursos profissionalizantes existentes. Sem senso crítico o estudante passa a ser presa fácil para entender a realidade educacional no Ensino Fundamental que, infelizmente, tem se mostrado favorável, "praticamente” às avaliações externas em que os estudantes ficam se preparando para resolver questões sem no entanto ter consigo a compreensão de tal realidade. Faz-se necessário a estudantada ter convivência com as teorias lógicas matemáticas da compreensão.


A carência nutricional, o confinamento imposto pelo isolamento social trouxeram grandes perdas cognitivas, emocionais e psicológicas que não serão superadas nos próximos 5 anos, contudo, investir nos professores dando condições de produção, formação e estrutura físicas confortáveis, merenda de qualidade e acompanhamento direto aos estudantes mais afetados, poderemos pensar numa futura educação de qualidade social.

Crédito Imagem: Internet (Santo Google)

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