domingo, 8 de abril de 2012

A Revolução Copernicana de Kant


kant autodenominou o seu trabalho de “Revolução copernicana” da filosofia, fazendo reverter o acento gnosiológico de objetividade para a subjetividade. Tal procedimento foi tão importante dentro da história do pensamento, que é comparável à substituição do modelo arcaico de universo, elaborado por Ptolomeu, pelo novo e revolucionário sistema de Copérnico.
A revolução copernicana de Kant na filosofia teve início após haver ele tido contato com as obras de Hume e com isso ter descoberto uma nova maneira de filosofar. A contradição estre os sistemas racionalista e empirista precipitou-o em inquietante indagações, não conseguindo encontrar uma maneira de conciliar os dois, mas sobretudo, não conseguindo entender como pensadores sérios, pessoas ilustres, intelectuais perspicazes pudessem, com a mesma veemência e convicção, sustentar pontos de vista tão divergentes. Com resultado de suas especulações, Kant elaborou uma distinção fundamental para a compreensão da realidade, segundo sua filosofia, que é a distinção entre o mundo noumênico e o mundo fenomênico. O mundo noumênico (de noumenom, realidade em si) corresponde aquela dimensão da realidade que, segundo a tradição filosófica, seria objeto apenas de intuição intelectual. É o topos da “ideia” Platônica e da “essência” aristotélica, conceitos que delinearam todo o arcabouço da filosofia ocidental até então e que, diante da rigorosa análise Kantiana, são considerados incognoscíveis, por não serem alcançáveis pela pura razão. O mundo fenomênico (de “fainomenon”, aparência) constituiu-se daqueles objetos que se manifestam para o homem e são colocados pela ação dos sentidos, sendo remetidos à razão, para análise e conclusão. O mundo dos fenômenos é o reino dos objetos sensíveis e da realidade fugaz.

Immanuel  Kant - Crítica da Razão Pura, (Os Pensadores), Editora: Nova Cultural - 1991
 

 

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