kant
autodenominou o seu trabalho de “Revolução copernicana” da
filosofia, fazendo reverter o acento gnosiológico de objetividade
para a subjetividade. Tal procedimento foi tão importante dentro da
história do pensamento, que é comparável à substituição do
modelo arcaico de universo, elaborado por Ptolomeu, pelo novo e
revolucionário sistema de Copérnico.
A
revolução copernicana de Kant na filosofia teve início após haver
ele tido contato com as obras de Hume e com isso ter descoberto uma
nova maneira de filosofar. A contradição estre os sistemas
racionalista e empirista precipitou-o em inquietante indagações,
não conseguindo encontrar uma maneira de conciliar os dois, mas
sobretudo, não conseguindo entender como pensadores sérios, pessoas
ilustres, intelectuais perspicazes pudessem, com a mesma veemência e
convicção, sustentar pontos de vista tão divergentes. Com
resultado de suas especulações, Kant elaborou uma distinção
fundamental para a compreensão da realidade, segundo sua filosofia,
que é a distinção entre o mundo noumênico e o mundo fenomênico.
O mundo noumênico (de noumenom, realidade em si) corresponde aquela
dimensão da realidade que, segundo a tradição filosófica, seria
objeto apenas de intuição intelectual. É o topos da “ideia”
Platônica e da “essência” aristotélica, conceitos que
delinearam todo o arcabouço da filosofia ocidental até então e
que, diante da rigorosa análise Kantiana, são considerados
incognoscíveis, por não serem alcançáveis pela pura razão. O
mundo fenomênico (de “fainomenon”, aparência) constituiu-se
daqueles objetos que se manifestam para o homem e são colocados pela
ação dos sentidos, sendo remetidos à razão, para análise e
conclusão. O mundo dos fenômenos é o reino dos objetos sensíveis
e da realidade fugaz.
Immanuel Kant - Crítica da Razão Pura, (Os Pensadores), Editora: Nova Cultural - 1991
Immanuel Kant - Crítica da Razão Pura, (Os Pensadores), Editora: Nova Cultural - 1991
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