domingo, 30 de maio de 2010

Sociedade de Novo tipo II

Vivenciar a práxis da História hoje permite acreditar no amanhã socialmente fraterno e solidário? Necessário será agir histórica e socialmente na perspectiva da transformação dos meios de produções onde passe existir uma divisão equitativa de modo que cada ser histórico seja um sujeito construtor da vida individual e coletiva. Somente assim teremos uma sociedade mais justa, menos violenta, onde as pessoas possam vivenciar suas experiências dentro da coletividade sem o estranhamento existente nos modos atuais. O sujeito histórico dono de sua produção verá um novo amanhecer e a conquista do Amor surgirá para barrar a violenta prática desumana ora vivenciada. Construir o novo é acreditar nas potencialidades e habilidades individuais, todavia numa perspectiva coletiva, onde reine a Liberdade a Fraternidade e a Igualdade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Resenhando a UTOPIA de Thomas Morus

Thomas Morus nasceu em Londres no ano de1478. Por influência de seu pai, torna-se advogado. Morus credita parte dos seus conhecimentos às influências sofridas por pessoas de sua convivência e, que foi determinante para a formação do seu pensamento e caráter. Ao concluir sua etapa acadêmica em Oxford, fortalece mais e mais sua concepção humanista e o contato com Erasmo de Rotterdam, tornando-se assim seu discípulo.
Thomas Morus era sem dúvida um homem refletido e deliberado e, torna-se chanceler da Inglaterra, trabalhando diretamente com o rei Henrique VIII, mesmo com toda a divergência com a prática do rei que era visto por Morus como o invencível. Este todo poderoso não tendo seu desejo realizado que era ter um filho homem, que se tornasse seu herdeiro e seguidor, rompe com a Igreja Católica por não permitir seu divórcio e, funda a religião anglicana. O seu puritanismo ofende diretamente Thomas Morus que é católico e rompe relações com Henrique VIII. Logo depois faz crítica a uma das mulheres de Henrique sendo condenado a prisão perpétua e a morte.
Representante direto da filosofia Renascentista, o político Thomas Morus escreve seu principal livro de nome Utopia, onde propõe uma visão diferente de relação social. Sua Utopia era uma alternativa de vida social ideal, de Estado perfeito, onde as pessoas seriam livres e não aconteceria a exploração do homem pelo homem.
“ Thomas Morus descreve em a Utopia o que aprendeu em uma de suas viagens profissionais. A partir de um relato fictício feito a Morus pelo culto viajante Rafhael Hitlodeu que teria participado da expedição de Américo Vespúcio”
A Utopia, apresentada por Thomas Morus nada mais é que uma ilha imaginária onde as pessoas vivem uma coletividade harmoniosa e trabalham coletivamente em busca do bem comum. Aplicando o princípio da posse também comum, os habitantes da Utopia a cada dez anos trocariam de casa com o intuito de abolir a propriedade privada, na perspectiva da construção da solidariedade.
A concepção utópica de Thomas Morus buscava vivenciar uma alternativa de sociabilidade onde tudo fosse comum a todos, mas com liberdade, algo por demais essencial ao ser humano.
“Thomas Morus divide sua obra Utopia em dois livros: Onde com Rafael Hitlodeu estabelece a comunicação sobre a melhor constituição de uma república.E a segunda parte de sua Utopia foi descrita por Rafael Hitlodeu, que se divide em: as cidades da ilha, com especial menção de Amaurota; dos magistrados; das artes, dos ofícios e ocupações; da vida e das mútuas relações entre os cidadãos; das viagens dos Utopianos e outros assuntos diversos, espirituosa e habilmente discorridos; dos escravos, doentes, casamento e diversos outros assuntos; da guerra; das religiões da Utopia. Sendo assim a Utopia se apresenta numa concepção teórica imaginária de um Estado Ideal, perfeito, socialmente justo com plena liberdade religiosa. Oficializando assim uma sociabilidade teologizada, algo distante da realidade existente na Inglaterra de seu tempo. A concepção utópica de Morus revelou a sociedade renascentista graves questões sociais agonizantes que ainda resiste na sociedade capitalista atual, principalmente nas sociedades “ditas” em desenvolvimento.. Thomas Morus em A Utopia visava libertar o homem para o trabalho. Para a produção coletiva. Visando assim a prosperidade, sem miséria e sem desemprego”.
Na A Utopia de Thomas Morus todos tinham como formação educacional os estudos das artes e da agricultura, essas duas atividades, todos deveriam aprendê-las e exercitá-las. Caso seus moradores desejassem poderiam aprender uma outra atividade básica, escolhendo assim sua profissão, entre: tecelagem da lã e do linho ou aprenderem o ofício de pedreiro, ferreiro ou carpinteiro. Thomas Morus ressalta as profissões capazes de gerar alimentação, vestimenta e moradia. Outra característica marcante é a divisão do trabalho, uma vez que em A Utopia, cada pessoa trabalha apenas seis horas por dia, sendo três antes do meio dia, com intervalo de duas horas e em seguida mais outras três horas. Essa divisão permitia que se dormisse 8 horas por dia e o restante do tempo livre poderia ser utilizado da forma que cada um desejasse. Como todos trabalhavam em atividades básicas, tudo que era necessário existia com abundância e, prosperidade.
“Não há prazer proibido, desde que dele não advenha mal algum”. Assim compartilham todas as coisas materiais e não materiais de tal forma que toda a ilha nada mais seja que uma única família.
Praticar algo que lhe dê prazer, que seja bom e honesto sendo também virtuoso levará a uma grande Felicidade, onde “viver conforme a natureza, e para isso Deus nos criou”.
O respeito recíproco é regra geral na Utopia e as leis são promulgadas por um princípio justo e sancionadas pelo povo em geral. Acreditam que todas as ações e as virtudes estão intimamente ligadas ao prazer, como seu fim e felicidade.
Os prazeres do corpo são sentidos diretamente e, efetivamente percebidos facilitando um maior equilíbrio e, tornando o corpo estável e perfeito com saúde e sem dor.
Na Utopia não existe lugar para doenças incuráveis, uma vez que aquela pessoa que por ventura assim se sinta é incentivada a por cabo em sua vida, mesmo contrários ao suicídio e, tendo como pena aqueles que o pratique, o não sepultamento. A Ilha da Utopia é politeísta, muito embora tenha como princípio a existência de um poder divino, eterno, desconhecido e inexplicável e que esteja acima de todas as compreensões humanas, onde sua extensão corpórea permaneça no vácuo e toda a sua virtude seja onipresente. O homem da utopia acredita na vida após a morte. Defende a infância e a juventude como as fases cruciais para desenvolver uma boa educação que engloba o cuidar da terra e sua educação artística liberal e, que aos sacerdotes ficou a missão de ensinar as virtudes e os bons princípios e costumes para que mais no decorrer da vida seja posto em prática tais ensinamentos e aprendizados.
Na Ilha da Utopia não existe nada de particular, pois todos os bens existentes pertencem ao conjunto da sociedade, eliminando assim a possibilidade de existir pobres e mendigos: “Embora ninguém possua coisa alguma, todos são ricos”.
“Eis o que invencivelmente me persuade que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade privada”. A Utopia foi, portanto um golpe nas Sociedades Inglesas e Européias do século XVI, uma vez que criticou o liberalismo econômico, sobretudo à livre concorrência e investiu nas formações de comunidades auto-suficientes, onde os homens, através da livre cooperação coletiva, teriam suas necessidades satisfeitas. Formando organização em escala nacional, de um sistema de cooperativas de trabalhadores que negociaria, entre si, a troca de bens de serviços. Atuação efetiva do Estado que, através da centralização estatal da economia, evitaria os abusos típicos do capitalismo.
Desde o século XVI até os dias atuais a utopia foi vivida, sonhada e alimentada de todas as formas nos diferentes pontos de todo o planeta terra. A história registra os vários movimentos revolucionários, conservadores e modelos de sociedade e de Estado que povos de todo o mundo criaram, buscaram e viveram. Desde a época de Morus até agora a humanidade tem vivido ou assistido a guerras e conflitos diversos a favor ou contra as variadas formas de política e economia que foram surgindo ao longo dos séculos. Esquecendo assim a paz sonhada para uma Sociedade justa fraterna e solidária.
Tudo isso em nome de anseios e desejos de bem estar comum ou individual, conforme a utopia de cada um, de cada nação ou de cada governante em nome de sua nação. Sendo assim, o sujeito utópico existente nos dias atuais se empenha em atingir a plenitude humana por via da ação política
Por fim, o livro termina com Thomas Morus dando conta de que Inglaterra, e Europa jamais em toda sua história irão adotar uma visão idealizada, sonhada na perspectiva de libertação humana.


BIBLIOGRAFIA
MORUS, Thomas – A Utopia. Luis de Andrade e Mauro Brandão Lopes – Ediouro/20318 (Coleção Universidade de Bolso)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A ESPERANÇA AINDA EXISTE E, A TOLERABILIDADE HUMANA TAMBÉM?!

Vivemos hoje a esperança em meio às desconfianças de um passado ainda presente em nossas mentes. O Estado brasileiro “mudou”!? Seria bom se o presidente LULA agendasse na ordem do dia as reivindicações de seu povo, razão dele ser presidente. A sociedade de classes está no fim e os governantes precisam com suas mentes carcomidas compreender que o capitalismo está agonizante e sem perspectiva de sobrevivência. Não estou aqui pregando a volta da guerrilha armada para destituir através da força os pseudos governantes, não! É preciso construir a sociedade do novo tipo, onde o homem se sinta realmente feliz, já que a revolução tecnotrônica ocupou o lugar do homem em seu direito ao trabalho. É necessário destruir o trabalho como categoria primordial ao homem, e construir a felicidade tão “propagada” hoje.

A sociedade de novo tipo seria construída numa grande ciranda de amor e fraternidade, onde não existiria a divisão social do trabalho, onde o homem seria totalmente feliz na concretude etimológica. Precisamos urgente acreditar no novo homem, na sociedade sem capitalismo e sem frustrada experiência de comunismo. Porém, um grande vendaval de amor. Amor pela vida, não na busca da paz, mas em sua construção permanente sem o dinheiro, mal tão necessário nos dias atuais de capital. Essa ciranda de amor será pautada no respeito, na tolerabilidade e, não nessa estressante constância vivenciada hoje.

É preciso construir esse novo homem essa nova mulher. E que a esperança não seja apenas um estágio de comodismo dessa velha e carcomida sociedade em decadência, falência múltipla do sistema de produção capitalista.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ações Pedagógicas Inovadoras

O pensar é uma categoria filosófica e humana bastante complexa e precisa ser epistemológico na relação dialógica cotidiana de sala de aula onde predomina a multirreferencialidade do indivíduo isolado em sua lógica formal contrariando assim o multiculturalismo existente em cada ser em particular. Não se pode conduzir o processo pedagógico numa práxis de unilaridade, pois o indivíduo deixa de existir quando se tem uma complexidade coletiva e nesta ação pedagógica a coletividade dialógica supera a lógica formal e impõe outra lógica relacional que é a lógica dialética. O silogismo Aristotélico foi necessário para um momento estanque, mas tornou-se necessário sua superação diante das relações de tolerabilidade humana numa necessidade epistemológica coletiva.
O universo do trabalho de sala de aula é coletivo e esta coletividade individual transgride as normas regulamentadas, mesmo diante do medo, onde predominam as incertezas gerando conflitos antropológicos singulares. Todavia despertarão para a transformação do conhecimento gerando assim uma nova metodologia voltada para a práxis individual e coletiva do sujeito cognoscente.
O ser humano é um animal “transgressor” por natureza muito embora sua cultura formadora o conduza para o isolamento e o comodismo. Isto está relacionado às crenças individuais. Entretanto a vida na complexa sociedade deve acontecer numa efervescência molecular coletiva onde a práxis dialógica seja a busca constante da episteme. A convivência coletiva é feita na respeitabilidade individual buscando a unidade dialética para a solução dos paradigmas cotidianos.
A práxis pedagógica deve ser metamorfoseada no cotidiano, buscando a episteme num diálogo coletivo, onde os seres humanos tornar-se-ão sujeitos históricos do processo.
Compeendendo:

Os desafios da complexidade de Edgar Morin que fala do determinismo ou da ordem externa que “evita” o advento do progresso, de uma evolução de conhecimento, negado pela ordem ou pelo o reacionarismo atual existente na sociedade. Aqui esteve o Silogismo Aristotélico mencionado por mim e, que também mencionei sua superação quando falei da Lógica Dialética, comparando-a ao surgimento da Física Quântica. Transcrevi dentro da minha subjetividade a frase de Pascal quando relato que o indivíduo deixa de existir quando se tem uma complexidade coletiva e nesta ação pedagógica a coletividade dialógica supera a lógica formal (a ordem) e impõe outra lógica relacional que é a lógica dialética. Ou seja, o conhecimento necessita do homem que o produz individualmente e que se torna real dentro da concretude coletiva. Falo da transgressão do homem que ao nascer transgride as barreiras do acolhimento, do conforto e busca conhecer outros universos hostis naquele instante. Transgressor por Natureza são as crianças dentro do seu universo lógico (pois faz tudo ou quase tudo dentro do que diz sua racionalidade cognoscível) que nega as convenções, os condicionamentos religiosos, culturais e reacionários de algumas “carcomidas cabeças ordeiras”